"O Fazedor de armenhas", ou a forma de aprisionar o leitor aos enredos das memórias de tempos antigos, enriquecidas pelas personagens singulares e a factualidade de acontecimentos históricos relevantes.
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Acácio Gomes demonstra, ao longo das mais de 200 páginas do seu "O Fazedor de armenhas", que é possível transformar lugares antigos, os campos e a "gente simples" numa narrativa rica que presenteia o leitor com um sem fim imaginário de imagens que nos surgem, espontaneamente, a cada breve trecho de leitura. Um mestre de compor armenhas literárias.
A escrita fluida e sem sobressaltos desnecessários apresenta-nos a "crónica de uma família do lugar do Fijô, da Terra de Santa Maria da Feira, desde o século XVII até ao século XX". "Um relato baseado em histórias dos familiares, contadas de avós para netos, suportado em 118 documentos que se encontram nos arquivos da Torre do Tombo e muitos outros documentos ainda em posse dos familiares".
Nascido em Agoncida, Mosteirô, Vila da Feira, Acácio Gomes é consultor de comunicação e imagem. Foi jornalista de economia e finanças no semanário Expresso, director da revista Inforbolsa, editor do programa da RTP Bolsa e Negócios, comentador económico da RTP e da Antena Um e colunista do Semanário Económico.
Opositor ao regime salazarista, exilou-se em França em 1968, onde participou no movimento do Maio de 68. Em 1970, começou a escrever no jornal O Salto, em Paris, e foi comentador de assuntos da emigração na Rádio France.
Regressado a Portugal, logo após o 25 de Abril, envolveu-se no movimento político da época, tendo participado em organizações de esquerda radical. Mais tarde, entre 1984 e 1987, fez parte do Clube da Esquerda Liberal, movimento que procurava discutir as questões relacionadas com o Liberalismo. Entre 1993 e 1995, foi adjunto da Assembleia da República.
É autor de Os Soldados do PREC (1977), Os Países de Leste perante a Crise (1980) e Coordenador e co-autor do Guia da Bolsa Portuguesa (1987).