A entrada para a estação Picoas do Metropolitano de Lisboa, na Rua Andrade Corvo, voltou a ficar adornada com a simbólica entrada Guimard, após um ano de ausência.
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A estrutura tinha sido retirada em novembro de 2023, com o intuito de se realizarem trabalhos de restauro. Para tal, o acesso foi desmontado e retirado, tendo sido necessário que todas as peças fossem catalogadas, procedendo-se, de seguida, a uma avaliação do seu estado de conservação.
Após os trabalhos de recuperação, conservação, restauração, reconstrução ou substituição de elementos danificados, para assegurar a fidelidade à estética original e a longevidade deste elemento com valor histórico, artístico e cultural, a estrutura foi reposta, "garantindo a devolução deste emblemático elemento à sua localização original, com a dignidade e o esplendor que lhe são devidos", sublinha, em comunicado, o Metropolitano de Lisboa.
O investimento foi de, aproximadamente, 50 mil euros, numa colaboração conjunta entre o Metropolitano de Lisboa e o Metropolitano de Paris (Régie Autonome des Transports Parisiens-RATP), sendo esta, igualmente, responsável pelo património histórico do metro de Paris. Foi precisamente a RATP quem ofereceu esta peça de mobiliário urbano ao Metropolitano de Lisboa, no âmbito de um programa de intercâmbio cultural entre redes de metropolitano.
Movimento Arte Nova
A instalação desta estrutura em Lisboa, "ocorreu no átrio sul da estação Picoas, após as obras de remodelação realizadas em 1995, consolidando a ligação simbólica entre Lisboa e Paris através de um elemento de elevado valor artístico e histórico".
Estes acessos Guimard foram criados, nos inícios do século XX, pelo arquiteto e designer francês Hector Guimard, nascido a 10 de março de 1867, e reconhecido pelo movimento da Arte Nova, em França, que se tornou, ao longo do tempo, um símbolo da identidade parisiense.
"Estas estruturas, que se tornaram verdadeiros ícones da Arte nos Metropolitanos, exerceram um impacto profundo na paisagem urbana parisiense, conferindo-lhe uma nova dimensão estética e funcional, que ainda hoje evoca a elegância e a inovação características dessa época", menciona a mesma nota do Metropolitano de Lisboa.
A capital portuguesa é uma das poucas cidades no mundo que contam com estas obras de arte metropolitana, sendo que apenas existem em outras seis, todas no âmbito de intercâmbios artísticos com a RATP: Paris, Montreal (Canadá), Washington, Chicago, Cidade do México e Moscovo.