A Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro aprovou, por maioria, anteontem à noite, a adesão à empresa das Águas da Região de Aveiro (ARA), após a não-adesão, aprovada há três semanas, ter sido revogada.
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A decisão de adesão à futura ARA, pela Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, foi tomada por 13 votos a favor, 11 contra e uma abstenção.
A ARA abrangerá os serviços municipalizados das câmaras de Aveiro, Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Vagos. Ovar ficou de fora, por deliberação da Câmara.
Anteontem, os deputados da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro dos vários quadrantes políticos queixaram-se das fortes pressões políticas que sofreram nos últimos dias que antecederam a realização da assembleia. Alguns deputados preferiram mesmo faltar à sessão, "com medo que as juntas/associações que lideram fossem penalizadas pelo seu voto".
Armando Humberto, eleito pelo PS, foi o primeiro a denunciar que, "nestes últimos dias, se introduziram elementos na vida política concelhia, numa forma e numa escala, que confesso nunca ter presenciado". "À mulher de César, não basta ser séria, é necessário parecê-lo também", afirmou o deputado. Já o seu colega de bancada, Óscar Santos, referiu que "a matéria é tão importante que não podia ter sido objecto de pressões políticas. "O que me repugna são as pressões que foram feitas aos elementos da Assembleia Municipal, de um lado e do outro."
Aliás, opinião partilhada por Miguel Vieira, que realçou "o corrupio de pressões de um lado e de outro". "Pensava que era capaz de decidir tudo pela minha própria cabeça, mas tive sérias dificuldades em estar aqui", confessou.
O presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, ignorou as queixas dos deputados, sublinhando que "mantém tudo aquilo que tinha dito na última Assembleia Municipal", nomeadamente, um conjunto de benefícios para o concelho que advém dessa adesão".
Entretanto, a Comissão Política Concelhia de Aveiro do PCP anunciou, ontem, em comunicado que "pondera o recurso às vias judiciais" para travar o projecto de constituição da ARA que considera "nebuloso".