A administração da Cerâmica de Valadares anunciou, esta sexta-feira, ter sido encontrada uma solução para o pagamento dos salários em atraso dos trabalhadores da fábrica, que se encontravam a bloquear a entrada da mesma em protesto.
Corpo do artigo
Em comunicado, a Cerâmica de Valadares disse ter assegurado "o pagamento de salários em atraso aos seus colaboradores" através de "uma grande encomenda realizada pelo grupo Hagen SGPS", tendo sido possível "graças à relação de confiança demonstrada pela Hagen que aceitou proceder ao pré-pagamento do fornecimento".
A administração da empresa adiantou ainda que o pagamento dos dois salários que se encontram em atraso vai ser realizado "nos próximos dias".
Da parte da comissão de trabalhadores (CT), Raul Almeida disse à Lusa desconhecer qualquer acordo que possibilite o pagamento dos salários e alertou que pretendem manter o bloqueio de entradas e saídas na fábrica enquanto não houver um avanço efectivo do dinheiro em falta.
"Enquanto não houver dinheiro as pessoas não desmobilizam", declarou aquele elemento da CT, acrescentando que os trabalhadores estão "cansados" de ver promessas sem sequência.
No mesmo comunicado, a administração da Cerâmica de Valadares disse ter proposto aos trabalhadores o pagamento dos salários de dezembro até hoje e o de janeiro até 17 de Fevereiro, algo que terá sido aceite pela CT, mas rejeitado por um "grupo de colaboradores" que inviabilizaram "o normal funcionamento da empresa e a obtenção dos meios necessários para o cumprimento das responsabilidades em tempo útil".
A empresa conclui o texto acrescentando que "mantém um nível de encomendas muito significativo que permite a sua viabilidade".
A administração da Cerâmica de Valadares garantiu na quinta-feira estar "a fazer de tudo" para pagar os salários de Dezembro até ao final da semana, apesar de considerar "não ter qualquer obrigação de o fazer" face à recusa da sua proposta pelos trabalhadores.
A administração está "a fazer de tudo para pagar o mês de Dezembro até esta sexta-feira, apesar de não ter qualquer obrigação de o fazer nessa data uma vez que os trabalhadores recusaram a proposta de os salários serem pagos de forma faseada", afirmou o administrador da empresa, Galvão Lucas.