Os trabalhadores da Cerâmica de Valadares vão desfilar, cerca das 17.00 horas, pelas ruas daquela localidade do concelho de Vila Nova de Gaia, numa reafirmação pública da sua "indignação" pelo não recebimento dos salários em atraso.
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Desde segunda-feira que os trabalhadores se mantêm concentrados em frente à fábrica, bloqueando a entrada e saída de mercadoria.
Em declarações à Lusa, Alberto Silva, da Comissão de Trabalhadores (CT), disse que o bloqueio vai manter-se, pelo menos até sexta-feira, dia em que a administração deverá pagar o salário de Dezembro, devendo o ordenado de Janeiro ser pago a 17 deste mês.
Os trabalhadores mantêm-se no local 24 horas por dia, organizando turnos de cinco horas durante a noite, e têm contado com a "solidariedade e o apoio" da União dos Sindicatos do Porto (USP) e do PCP de Gaia.
"De terça para quarta-feira, o PCP trouxe-nos sopa e, ontem, ofereceu-nos uma feijoada", contou Alberto Silva.
A administração propôs, na terça-feira, pagar de forma faseada os salários em atraso, comprometendo-se a pagar na sexta-feira o mês de Dezembro e a 17 de Fevereiro o ordenado de Janeiro, mas os trabalhadores reunidos em plenário recusaram esta proposta e decidiram que só abandonariam o protesto quando vissem o dinheiro.
Alberto Silva referiu que ficaram, entretanto, a saber que, "neste momento, não há garantias de que seja possível pagar o salário de Dezembro na sexta-feira".
Contactado pela Lusa, Galvão Lucas, do Conselho de Administração, confirmou que ainda nada está garantido e que decorrem hoje, em Lisboa, negociações com um cliente, que serão decisivas para a resolução do impasse.
Galvão Lucas remeteu para o meio da tarde da hoje uma declaração sobre o resultado dessas negociações e sobre a disponibilidade de a empresa poder pagar os dois salários em atraso.