Meia centena de agricultores foram, de trator, esta sexta-feira, em marcha lenta, de Ovar até Aveiro, procurando chamar a atenção para as dificuldades que o setor enfrenta.
Corpo do artigo
A ação, promovida pela União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura, terminou em frente ao Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, onde decorre mais uma edição da Agrovouga.
Numa carta com reivindicações que partilharam, reclamam “condição para o escoamento da produção de leite, carne fruta e hortícolas a preços justos, através da criação de uma lei que proíba de facto as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agroalimentar”, assim como “regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição e controlo das importações desnecessárias, promotoras de concorrência desleal”.
Exigem travão nos preços do gasóleo e eletricidade
Na missiva, dirigida, entre outros, ao ministério da Agricultura e Alimentação e partidos com assento parlamentar, os agricultores pedem, ainda, a “criação de mecanismos de regulação que imponham limites máximos nos preços dos fatores de produção para travar a especulação e a escalada brutal do custo de tudo o que necessitamos para produzir”, nomeadamente gasóleo, eletricidade, fertilizantes, rações e máquinas. Se “necessário for, o ministério deve comprar estes produtos e distribuí-los, a preço justo, preferencialmente aos pequenos e médios agricultores”, escrevem.
Os agricultores entendem que devem aumentar os “descontos em vigor para o gasóleo agrícola, garantindo que os agricultores não pagam mais que em janeiro de 2021” e pedem a “concretização urgente para todos do apoio aos custos com a eletricidade verde, que já deviam estar em vigor desde 1 de janeiro de 2022 e o aumento deste apoio no futuro”.
Da lista fazem parte, também, pedidos de “linhas de crédito altamente bonificado, a longo prazo e com carência do início do pagamento, mesmo para reestruturar dívidas existentes” e “acesso dos pequenos agricultores, com majorações significativas, aos apoios nacionais e comunitários”.