
Intervenção na Presa Velha, no rio Alfusqueiro
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Precisam subir cursos de água para se reproduzirem. Onde não for possível remover barreiras, haverá passagens
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Os obstáculos que impedem a passagem de enguias, lampreias e outras espécies migradoras, que saem do mar e sobem os cursos de água doce para desovar, estão a ser removidos nos rios Águeda e Alfusqueiro. A intervenção, ao abrigo do projeto LIFE, abrange um total de 25 quilómetros nestes rios, no concelho de Águeda.
Em causa estão desde "represas, açudes e outras construções que já não são necessários" a árvores ou outros objetos, explica o presidente da Câmara, Jorge Almeida, sublinhando que a intenção é "repor a continuidade fluvial e estimular o fluxo migratório". Nos casos em que as construções são necessárias, serão criadas "escadas, aberturas ou outras formas de passagem".
Ao longo dos últimos anos, a situação foi monitorizada. Foram "colocadas sondas em diversos peixes migradores na Bacia do Vouga, que normalmente migram para os rios Cértima, Águeda e Alfusqueiro", conta a Câmara. Concluiu-se, por exemplo, que as lampreias não conseguiam transpor alguns obstáculos. Foi informação como esta que permitiu identificar 15 obstáculos.
Desde o início do mês já foram efetuadas duas intervenções: uma na Presa Velha, dois quilómetros a montante da Ponte de Bolfiar, no Alfusqueiro, e outra a montante do Parque Fluvial da Redonda. Os obstáculos "estavam no rio há muitos anos, alguns dos quais degradados e a cair".
O projeto contempla, ainda, a construção de passagens para peixes. Três serão permanentes e ficarão junto à captação de água no Parque Fluvial da Redonda, na Presa da Carvalha e nos Moinhos da Vermelha. De forma temporária, serão colocadas passagens junto aos parques fluviais de Bolfiar e da Redonda.
Estas iniciativas, realça o autarca, "demonstram a possibilidade de compatibilizar a conservação da natureza e o uso do rio para fins lúdicos ou económicos". A ação "afigura-se com uma relevância maior este ano, tendo em conta que o caudal dos rios está muito baixo, o que faz com que muitos peixes não estejam a completar os ciclos migratórios".
