Chefe nos Bombeiros de Santa Comba Dão, onde diariamente encara o perigo sob as formas mais diversas, João Morais viu anteontem a desgraça bater-lhe à porta.
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Granizo e água da chuva entraram-lhe, casa dentro, danificando móveis, electrodomésticos, roupas.... No exterior, os muros de vedação não foram poupados. O gelo do granizo atingiu, no jardim, mais de um metro de altura. Apesar da tristeza, que não tenta disfarçar, o rosto do bombeiro ilumina-se quando, no meio do caos, lembra a única coisa boa que lhe aconteceu: "Consegui salvar uma vizinha, que estava dentro de casa, e já tinha a água pela cintura."
A tempestade em Santa Comba Dão teve epicentro na Avenida Vasco da Gama. E deixou marcas de destruição em meia dúzia de habitações do bairro social, sobretudo as que estão construídas abaixo da quota da estrada.
"Já levaram daqui três camiões com 30 toneladas de granizo. Mas ainda há mais. Foram 40 minutos (20,50 às 21,30 horas) de pânico", lembra Clemente Pereira, um morador.
A tempestade deixou o concelho sem luz, até às 11 horas de ontem. A água do ribeiro que atravessa a cidade atingiu a parada dos bombeiros.