Polícia nega ter cedido droga a toxicodependentes em troca de informações sobre traficantes
Um dos três agentes da PSP que, com mais um subcomissário, começaram a ser julgados por crimes relacionados com procedimentos policiais abusivos negou, esta segunda-feira, ter cedido droga a toxicodependentes em troca de informações sobre traficantes e atividades de venda de estupefacientes em bairros conotados com o tráfico no Porto.
Corpo do artigo
O Ministério Público sustenta que existiam "pactos de silêncio", em que os toxicómanos só falavam e davam informações se lhes fosse garantido acesso a estupefacientes por parte dos polícias arguidos. Tratava-se de drogas apreendidas em operações policiais. Mas esta segunda-feira, na primeira sessão do julgamento, no Tribunal de São João Novo, Hugo S., de 46 anos e em prisão preventiva desde julho de 2023, afirmou que a alegada contrapartida era, na verdade, um engodo para apanhar os "indivíduos que estavam a vender".
"Não existia acordo nenhum, porque, simplesmente, não íamos cumprir", garantiu o agente da PSP, que responde por dez crimes: denegação de justiça, favorecimento pessoal praticado por funcionário, peculato, abuso de poder, falsificação de documento, coação agravada, sequestro agravado, ofensa à integridade física qualificada, detenção de arma proibida e falsas declarações.