A Câmara de Alenquer decidiu contratar, a partir da próxima semana, uma empresa para fiscalizar a confeção, transporte e distribuição das refeições pelas escolas do concelho, seis dias depois de várias crianças terem sofrido intoxicações alimentares.
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Reunido em sessão extraordinária, o executivo municipal aprovou a proposta do presidente da Câmara, em alternativa à suspensão imediata do contrato, disse à agência Lusa o vereador Nuno Coelho, coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPP, depois de meia centena de pais o requererem na reunião pública de segunda-feira.
O autarca explicou que, ao contrário da rescisão do contrato, a sua suspensão implicaria a abertura pela câmara de um novo concurso e escolha de uma nova empresa, um procedimento que poderia demorar mais de um mês e que poderia pôr em causa o fornecimento diário das refeições.
A reunião extraordinária foi pedida pelos vereadores da coligação de direita.
Dos contactos feitos com encarregados de educação nos últimos dias, o vereador adiantou que, na escola do Carregado, a maioria dos alunos "ficou sem almoço porque a comida cheirava mal e só foram fornecidos fruta e pão" na sexta-feira, dia em que ocorreram intoxicações alimentares em alunos de várias escolas e jardins-de-infância. Antes disso, teve também conhecimento de alunos que sofreram gastroenterites.
"É preciso uma inspeção à cantina do centro escolar onde a comida é confecionada para se apurar se tem capacidade, porque o que se passa é que as refeições são confecionadas cedo e, em alguns casos, são entregues às 09.30 horas nas escolas, ficando embaladas até às 12.00 horas", alertou.
O presidente da Câmara, Jorge Riso, admitiu que houve uma "quebra de confiança" com a empresa e disse que partiria para a rescisão do contrato, depois apuradas as responsabilidades e conhecidos os resultados do inquérito.
Na sexta-feira, 75 crianças de vários jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo do concelho necessitaram de acompanhamento médico devido a sintomas de intoxicação alimentar, mas a autarquia estima que possam ultrapassar mais de uma centena, visto que alguns foram vistos por médicos do sistema privado.
Os alunos são oriundos das escolas de Pocariça, Labrugeira, Olhalvo (Agrupamento de Escolas Visconde Chanceleiros) e de Cheganças (Agrupamento de Escolas de Alenquer), com um total de 440 alunos.