Alexandra Leitão admite regresso da manutenção à Carris e diz que "protocolos devem ser revistos"
Alexandra Leitão, candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa, admitiu, esta segunda-feira, que a manutenção da Carris pode voltar a ser feita por trabalhadores da empresa, "dependendo de uma avaliação técnica e de gestão" que pedirá se for eleita presidente da autarquia, nas eleições de outubro.
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A socialista disse, ainda, que o acidente com o elevador da Glória, há uma semana, demonstrou que "os protocolos de vistoria têm de ser revistos", considerando que é preciso chamar os técnicos e os especialistas a participar nesse debate.
Em entrevista à SIC, Alexandra Leitão defendeu, ainda, que é necessário "lançar um debate sério sobre a capacidade das infraestruturas da cidade, nomeadamente da higiene urbana e transportes públicos", para ver "qual a capacidade que têm" face ao volume de pessoas que hoje estão em Lisboa. "Restaurar a confiança dos lisboetas e de quem nos visita parece-nos essencial", disse a candidata da coligação PS/Livre/BE/PAN, considerando que "o ainda presidente de Câmara", Carlos Moedas, do PSD, não fez nada nesse sentido e que até a reunião de Executivo municipal, hoje, foi "feita a pedido da Oposição."
Alexandra Leitão disse que Carlos Moedas "se escondeu atrás do presidente da República" e de "um conselho de ministros francamente inusitado", no qual participou, na passada quinta-feira, a convite do líder do Executivo e do PSD, Luís Montenegro. "Durante 96 anos, não deu explicações", disse a candidata socialista, frisando que não pediu a demissão do atual presidente da Câmara e que continua a insistir que é "necessário o esclarecimento cabal" do acidente, que causou a morte a 16 pessoas, na passada quarta-feira.
A candidata da coligação PS/Livre/BE/PAN disse que o "concurso público para a manutenção" dos elevadores foi "lançado tardiamente" e que não estaria em vigor a 31 de agosto mesmo se não tivesse ficado deserto, porque nenhuma empresa achou os valores adequados aos trabalhos pedidos. Alexandra Leitão admitiu rever esses valores, se for eleita, e considerou que a diminuição do valor face a 2022 significa que "está a ser retirado dinheiro para manutenção à Carris."
"Insultos dizem mais sobre quem os profere"
Sobre as críticas de Moedas, proferidas, anteontem em entrevista ao mesmo canal, Alexandra Leitão argumentou que "os insultos dizem mais sobre quem os profere do que sobre quem é insultado" lamentou essencialmente "o ataque à memória de alguém que não se pode defender, Jorge Coelho", falecido em 2021. O candidato do PSD disse que o antigo ministro da obra públicas se demitiu depois da queda da ponte de Entre-os-Rios, que causou a morte a 59 pessoas, em 2001, porque sabia que havia problemas antes do acidente. "Uma informação que já foi profusamente desmentida", disse Leitão.
"Carlos Moedas usa o insulto pessoal para evitar falar do que está mal em Lisboa e as propostas da Oposição", disse Alexandra Leitão, evitando comentar diretamente as acusações de que teria "sicários" do PS a criticar o candidato do PSD a pedido da candidata da coligação PS/Livre/BE/PAN. "O estado em que a cidade está assumiu novos contornos no dia 3 de setembro", quando 16 pessoas morreram no acidente no elevador da Glória, e 22 ficaram feridas.