Câmara de Lisboa aprova apoios às vítimas do Elevador da Glória e projeta regresso
A Câmara de Lisboa aprovou, em segunda-feira, a criação de um Fundo Municipal de Apoio às Vítimas do Ascensor da Glória, com vista a assegurar pagamento de despesas às famílias das vítimas mortais e aos feridos graves e ligeiros.
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Na reunião, que durou entre as 9.30 horas e as 14.30 horas, foi aprovada a criação de um memorial pelas vítimas e a atribuição de uma bolsa de estudo aos filhos do guarda-freio que morreu no acidente, André Marques.
A autarquia quer que o Ascensor da Glória volte a funcionar e, por isso, recomendou à Carris constituir uma Equipa de Missão com representantes da Academia, da Ordem dos Engenheiros e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), para a conceção do novo sistema tecnológico do Ascensor da Glória, bem como aprovar o início da operação do mesmo, pode-se ler no documento aprovado em reunião de Câmara, a que o JN teve acesso.
Criação de portal de transparência
À saída da reunião, o vice-presidente da Autarquia, Filipe Anacorreta Correia, referiu existir "um sentimento de grande frustração por não se perceber o que aconteceu". Assim, tendo em conta o enorme volume de pedidos de perguntas de documentos sobre processos da Carris, será criado um portal de transparência, respeitando todas as condicionantes legais, para "disponibilizar toda a informação sem temer consequências".
Durante a reunião, foi aprovada a criação de um portal público com ordens de trabalho, relatórios de inspeção e auditorias, atualizado em tempo real, permitindo o escrutínio público, além de um painel afixado nos veículos sinalizando a última inspeção dos mesmos. Foi ainda manifestada a intenção de proceder, com a brevidade possível, à reposição do regular funcionamento dos restantes ascensores e elevadores de Lisboa, depois de verificadas as respetivas condições de segurança, na sequência de inspeção efetuada por entidades independentes tecnicamente habilitadas.
Carris é "empresa segura"
O vice-presidente da autarquia de Lisboa afirmou que a Carris, enquanto operadora de transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa, "não tem histórico de tragédias e mostra que, no essencial, é uma empresa segura" e, por isso, deve ter a confiança pelos utentes.
Durante a reunião, perto das 12 horas, Carlos Moedas saiu para se encontrar com a Ministra da Saúde a fim de se inteirar sobre o estado atual de saúde das vítimas.
Na tragédia da semana passada, morreram 16 pessoas, entre as quais 11 turistas estrangeiros. No futuro, a autarquia assume a elaboração de um Plano Municipal de comunicação internacional de crise, a ser acionado perante catástrofes naturais e acidentes, com vista a assegurar a prestação de informação proativa, rigorosa e multilingue à imprensa nacional e estrangeira. No mesmo sentido, foi aprovada a criação de uma Central Municipal de Operações de Socorro.