Atrasando a construção do troço de alta velocidade entre Carregado e Lisboa, no âmbito da ligação do Porto à capital, a Infraestruturas de Portugal propôs ao Governo "antecipar a ligação entre Campanhã e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro". Deverá entrar em operação em "seis ou sete anos".
Corpo do artigo
Há dois projetos em Portugal no âmbito da criação de uma rede de comboios de alta velocidade. Uma delas é a ligação entre Porto e Lisboa, cuja construção avançará em três fases distintas. Outra é o traçado entre Porto e Vigo. De acordo com o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, a última fase de construção da ligação entre Porto e Lisboa é a mais cara. Por isso, o responsável diz ter sido proposto ao Governo adiar esse mesmo troço, entre Carregado e Lisboa, "para lá de 2040".
Carlos Fernandes falava, esta manhã de quinta-feira, no Auditório Municipal de Gaia, a propósito da apresentação do Plano de Pormenor para a estação do TGV em Santo Ovídio.
A proposta foi motivada, explica o vice-presidente da IP, pela necessidade de "quadruplicar a Linha do Norte". Essa obra já permitirá que os comboios de alta velocidade cheguem a Lisboa. Por isso, não sendo necessário avançar "imediatamente" com a construção desse troço (entre Lisboa e Carregado), a IP propôs ao Governo "antecipar a ligação entre Campanhã e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro", cujo traçado está previsto no projeto de alta velocidade entre Porto e Vigo.
"O Governo aceitou e essa ligação vai estar na primeira fase de construção da ligação entre Porto e Vigo. Portanto, vai arrancar mais cedo e teremos a linha de alta velocidade ligada ao aeroporto", sublinhou Carlos Fernandes.
No final da apresentação, em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da IP diz prever que "daqui a seis, sete anos, a primeira fase da ligação entre Porto e Vigo possa também estar em operação".
Além do troço até ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, nessa primeira fase está também incluída a ligação entre Braga e a fronteira com Espanha. "Da fronteira para Vigo, o Governo espanhol está também a avançar com esse projeto", adiantou Carlos Fernandes.
"Prevemos ter os estudos prévios de impacto ambiental concluídos até ao final deste ano. Em 2025, decorrerá o processo de avaliação de impacto ambiental e em julho de 2026, prevemos poder lançar o concurso. Terá uma duração de cerca de ano e meio e aí seguem-se cinco anos para a construção. Por isso, diria que daqui a seis, sete anos, prevemos que a primeira fase da ligação entre Porto e Vigo possa também estar em operação", concluiu.