<p>Os encarregados de educação dos alunos da Escola Básica de Espinho, Miranda do Corvo, acusaram, ontem, a tutela de sobrepor "critérios administrativos aos pedagógicos", ao colocar um novo professor no estabelecimento, o sétimo desde o início das aulas.</p>
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João Paulo Lucas, pai de uma aluna do 4.º ano, disse, à agência Lusa, que "os pais estão a ser confrontados com decisões cegas, puramente administrativas e reveladoras do mais básico desrespeito pelos direitos dos nossos filhos".
Em menos de um mês, entre Setembro e Outubro de 2009, a escola conheceu seis professores, contou o encarregado de educação, facto que foi confirmado pelo Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo.
A primeira professora colocada beneficiou do direito de deslocação por motivos de saúde, duas vieram a beneficiar da lei da maternidade e não chegaram a entrar ao serviço e outras duas recusaram a colocação. Com o regresso ao activo de uma das docentes que foi colocada inicialmente, a que leccionou desde Outubro até final do segundo período já não regressa.
"Sendo a turma de quatro anos lectivos, uma mudança neste período é prejudicial, pois há métodos de ensino empregues por esta professora, com todas as crianças em geral e em especial com as crianças com necessidades educativas, que têm efeitos muito positivos, pelo que se vier outra será mais difícil adaptarem-se a novos métodos", considerou.
Para João Paulo Lucas, "a colocação de outra professora irá provocar ainda um outro problema, uma vez que, tendo ainda direito a período de aleitamento, terá de haver uma outra docente que assegure esses períodos de tempo, constituindo novo factor de destabilização para os alunos".
Os encarregados de educação estão a ponderar encerrar a escola segunda feira, dia em que se inicia o terceiro período de aulas.
O director do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo, Fausto Luís, confirmou à agência Lusa que, segunda feira, os alunos já vão encontrar outra docente. Adiantou que esta escola funciona como um pólo da Escola Básica n.º1 de Miranda do Corvo devido à falta de salas de aula e que a colocação de uma nova docente resulta da legislação em vigor.
Contactada pela agência Lusa, a Direcção Regional de Educação do Centro não quis comentar o caso.