O pequeno Tiago, de quatro anos, levantou-se "cedo" para o ensaio geral da peça "Eu que sou rainha, andarei de fraldas pela cozinha".
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Sentado na borda do palco, debita tudo o que aprendeu com a mesma folia de quem vai enfrentar o público pela primeira vez. "Vou fazer de criado, de formiga e de João Ratão", contou, ao JN, o petiz. Estas e outras personagens foram protagonistas do espectáculo que, ontem, teve honras de abrir a Mostra de Teatro Amador de Valongo. Durante três meses, as salas de espectáculo do concelho serão o palco para 15 associações e para os respectivos grupos de teatro.
Para João Paulo Baltazar, vice-presidente da Autarquia e responsável pelo pelouro da Cultura, o principal objectivo do evento, que já vai na 11ª edição, "não é criar actores, mas sim formar públicos". Por isso mesmo, a entrada para cada uma das peças tem o valor simbólico de um euro.
A provar que o certame é "um clássico de sucesso em Valongo", constata-se que as salas de espectáculo "ficam sempre lotadas". "Já para não falar de toda a dedicação das associações envolvidas. Só em actores teremos em cena mais de 130 pessoas e os cenários são igualmente construídos por eles", referiu João Paulo Baltazar.
Hugo Sousa, da Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra, confessou que a actuação do grupo "Batatas com Salsichas" foi montada em 22 horas. Uma "experiência louca" de quem teve de lidar "com os xixis fora de hora ou com uma apendicite que impediu uma menina de participar".
O elenco de "Eu que sou rainha, andarei de fraldas pela cozinha" conta com crianças entre os quatro e os 15 anos. Sendo certo que, da pequenada entrevistada pelo JN, ninguém quer ser actor.
O que mais motiva João, de oito anos, para o teatro, "é a possibilidade de poder ser tudo". Já Rosa, de nove anos, quer ser arquitecta. E Tiago, depois de ser João Ratão no palco, sonha em ser cozinheiro. "Mas sem cair no caldeirão", remata a sorrir.