O presidente da união de freguesias Vilar/Mosteiró, Amândio Couteiro, é o novo presidente da Assembleia Municipal de Vila do Conde.
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Depois da polémica frase “Ai que vontade de lhe partir o focinho” e de o PS lhe ter retirado a confiança política, Ana Luísa Beirão acabou por renunciar ao cargo. Ontem à noite, houve nova eleição da mesa que irá dirigir o órgão. Para além de Amândio Couteiro, fazem parte o deputado do PS Pedro Areias e a presidente da Junta de Freguesia de Modivas, Sandra Marques.
A única lista foi apresentada pelo grupo municipal do PS, que tem maioria na Assembleia Municipal, mas que, instalada a polémica, acabou a retirar a confiança à sua própria cabeça de lista. Assim, a escolha recaiu, agora, sobre o independente Amândio Couteiro, presidente da união de freguesias Vilar/Mosteiró, eleito pela lista VIMOS (que derrotou o PS nas Autárquicas de 2021), e presidente da Assembleia Geral do Rio Ave FC. Não houve intervenções e a única alusão ao caso “Ana Luísa Beirão” veio de Telmo Ramos, o 1.º secretário, que liderou a sessão e agradeceu “a elevação e tranquilidade” com que decorreu a eleição da nova mesa, depois de um “período de alguma turbulência”. A lista de Amândio Couteiro registou 24 votos a favor, 21 contra e um em branco.
Com um ponto único na agenda da sessão extraordinária, o novo presidente tomou posse e, numa curta intervenção, agradeceu “a confiança depositada” e espera, agora, “estar à altura da expectativa depositada”. “Estaremos disponíveis para colaborar com todos os deputados para que os trabalhos decorram com a normalidade que um órgão destes exige”, afirmou Amândio Couteiro, que leva já 27 anos na assembleia municipal.
Ana Luísa Beirão ausente
A ex-presidente, Ana Luísa Beirão, não compareceu na sessão. A polémica, recorde-se, estalou na sessão de 29 de abril. O deputado do Chega, Sérgio Gomes, tinha acabado de intervir, quando, ao dirigir-se para o seu lugar, Ana Luísa Beirão sussurra à secretária, Sílvia Moreira: “Ai que vontade de lhe partir o focinho”.
Sérgio não ouviu, mas, como o microfone estava ligado, ouviram todos os que assistiam em casa à sessão, transmitida em direto. O JN denunciou o caso. A oposição veio, de imediato, exigir a demissão de Ana Luísa Beirão. A autarca defendeu-se. Garantia que não se dirigia ao deputado do Chega e recusava abandonar o cargo. Quatro dias depois, o PS retirou-lhe a confiança e, já no final de maio, Ana Luísa Beirão renunciou ao cargo.
Diz que foi alvo de “ameaças intimidatórias e execráveis”, que começaram “a afetar a vida pessoal e profissional” e, por isso, decidiu sair.
Podia manter-se como deputada independente, mas, ontem, não assumiu o seu lugar. Resta saber se irá regressar.