Bombeiros criticam acesso à unidade e falta de espaço para as viaturas. Hospital diz que parque no piso inferior dá resposta nos picos de afluência.
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Para as corporações de bombeiros de Gondomar, as idas ao Hospital de Santo António, no Porto, são "um constrangimento" antigo. Desde que aquela passou a ser a unidade de referência do concelho, as dificuldades são diárias. Ao caos do trânsito na Baixa, junta-se a "falta de espaço" para as ambulâncias.
"O maior constrangimento é atravessar a cidade em hora de ponta, porque os acessos são difíceis", diz João Nunes, 2.o comandante dos Bombeiros Voluntários de Areosa/Rio Tinto. Ainda assim, procuram-se as vias mais adequadas ao estado clínico do doente. "Vamos pela VCI, que é uma estrada mais suave e seguimos por Costa Cabral, Constituição e Camões".
Chegados ao Santo António, é ver "as ambulâncias fazer fila". Um relato feito, também, por Joaquim Caldas, comandante dos Voluntários Portuenses, e Mário Ferreira, 2.º comandante dos Voluntários de São Pedro da Cova, que diz ser questionado por doentes que não percebem a razão de serem levados para o Santo António. "É uma questão legal. Mas, em termos de acessibilidades, o S. João é melhor", afirma Mário Ferreira.
PICOS DE AFLUÊNCIA
Por sua vez, Joaquim Caldas considera que "o facto de normalmente só haver um enfermeiro na triagem é outro problema".
"Às vezes, as macas vão até à entrada das visitas. Faz falta um sítio para a pré-triagem", refere Manuel Viana, adjunto de comando dos Voluntários de Valbom. Nessas situações, vale "a grande colaboração entre os corpos de bombeiros, os técnicos do INEM e os profissionais do hospital", adianta Eutíquio Costa, 2.º comandante dos Voluntários de Gondomar, elogiando os condutores que facilitam o percurso.
Segundo o Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), no dia a dia "os lugares de estacionamento [destinados às viaturas de socorro] são suficientes" e nos picos de maior afluência "há uma zona de aparcamento no piso inferior, junto ao cais ou no jardim". Algo que, "além de não ser prático, nem sempre nos é permitido", aponta Manuel Viana.
Ao JN, a Câmara do Porto admitiu que há "algumas dificuldades de acesso inerentes à localização do hospital", mas referiu que os corredores BUS permitem "facilitar o acesso às viaturas de emergência", que também podem utilizar o canal do elétrico. A Autarquia diz ainda que os acessos "estão a ser estudados" no âmbito da construção da nova linha do metro.
Já a Administração Regional de Saúde do Norte diz não ter "reclamações por parte dos utentes de Gondomar respeitantes à distância ou à qualidade dos cuidados", nem relativamente aos constrangimentos no acesso das viaturas de socorro ao hospital.