Propostas para compra da António Almeida & Filhos vão ser conhecidas este mês para levar aos credores em setembro.
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O concurso para a venda da histórica têxtil António Almeida & Filhos (AAF), de Moreira de Cónegos, vai ser aberto nos próximos dias, para que a melhor proposta seja escolhida ainda este mês. A solução, confirmada pelo administrador de insolvência, Bruno Costa Pereira, ao JN, permite poupar pelo menos dois meses em relação a um processo de liquidação normal, e com isso salvar os quase 200 postos de trabalho.
A insolvência da AAF foi declarada pelo tribunal a 13 de julho e, desde então, é Bruno Costa Pereira que comanda uma das fábricas mais reputadas do país, que chegou a figurar no top 10 das têxteis mais exportadoras de Portugal. Ao JN, o administrador de insolvência afirma que a empresa "tem estado a laborar e a conseguir dar cumprimento à generalidade das encomendas". O salário de julho está pago, pelo que o objetivo é "garantir-se o pagamento atempado dos subsídios de férias e ainda do salário de agosto", acrescenta.
Ao mesmo tempo, o administrador pretende "antecipar o calendário que decorria numa situação de normalidade". Ou seja, numa liquidação normal, a venda teria de ser aprovada pelos credores, depois aberto concurso para propostas e, em nova assembleia, ratificava-se a venda ao melhor proponente.
Ganhar dois meses
No entanto, o objetivo é abrir o concurso para apresentação de propostas ainda este mês para que os credores validem a venda ao melhor proponente na primeira assembleia de credores, agendada para 7 de setembro. "Desta forma estaremos a ganhar pelo menos dois meses da tramitação do processo, o que é absolutamente determinante para poder salvar o estabelecimento", justifica Bruno Costa Pereira.
O administrador mostra-se confiante em relação ao aparecimento de mais do que uma proposta: "Esta empresa, pela reputação de que goza, e pelo know-how que tem, associado ao facto de estar num setor do têxtil-lar que está em crescimento, a expectativa é a de que possa surgir mais do que um interessado".
Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os Montes, partilha da confiança e lembra que este processo "precisa de muita paz" para que tudo corra bem: "Eu estou otimista em relação a várias propostas, eu só conheço um que disse que vai comprar, mas parece que há mais interessados".
O empresário que já manifestou interesse na AAF é José Dâmaso Lobo, dono da Mabera, que adquiriu recentemente a Coelima. A compra da Coelima foi aprovada em junho e a escritura ainda não foi feita, mas sê-lo-á até ao fim do mês, apurou o JN. A AAF e a Coelima faziam parte do mesmo grupo, o Moretextile, juntamente com a JMA Felpos, já vendida.