Antero Barbosa é figura política local desde 1997. Depois de muitos avanços e recuos na última década, é finalmente candidato à Câmara de Fafe pelo PS.
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Professor de formação, Antero Barbosa foi vereador com pelouros, eleito pelo PS, de 1997 a 2013. Nessa altura protagonizou um episódio de sucessão. Foi para a atividade privada e, em 2017, chegou a ser apresentado como o candidato socialista, mas a Direção Nacional vetou-o. Encabeçou uma lista independente, liderou a Oposição e agora voltou a ser convidado pelo PS para se candidatar a uma Câmara que o partido lidera desde 1979.
O que é que o fez voltar a ser candidato e desta vez pelo PS?
Há quatro anos houve um convite dos órgãos locais do PS. Contudo, algumas circunstâncias impediram que isso acontecesse e fui numa candidatura independente. Desta vez, o mesmo partido e os mesmos órgãos reformularam-me o convite e deram-me condições para aceitar.
É uma candidatura de união?
Quando aceitei estavam em cima da mesa todos os pressupostos de união da família socialista que anda desavinda há quase 25 anos. Sinto-me honrado por ter uma pequena parte na união da família.
Foi durante muitos anos vereador com pelouros e nos últimos quatro esteve na Oposição. O que é que pode trazer de novo à gestão do município?
Os anos que estive na vereação trouxeram-me experiência e conhecimento do que vou encontrar. E a passagem pela Oposição também me deu a leitura do outro lado. Os oito anos fora da Câmara fizeram-me perceber que é preciso inovação na abordagem dos problemas. Sinto-me preparado para este desafio.
Qual é o principal problema do concelho?
No século XXI fomos decrescendo na ordem dos 4%, de censos para censos. Temos de aproveitar a nossa localização para estancarmos este problema. Temos de ser capazes de implementar políticas que incrementem o crescimento populacional e criar condições aos jovens para que tenham filhos. A dinâmica económica tem de ser capaz de atrair população, com oferta de emprego.
Mas o êxodo dos jovens continua. A política autárquica falhou?
Temos de ver que empresas são capazes de atrair, que vencimentos é que os nossos trabalhadores têm e o que podemos oferecer. Seja em terrenos ou em mão de obra. A juventude que é mais qualificada tenderá sempre a regressar e temos de ter um concelho que, além da tradicional indústria têxtil, possa também enveredar por outras áreas.
Fafe precisa de ganhar um novo relevo regional?
Temos de pensar no território de Fafe agregado ao Vale do Ave para ter força junto da Administração Central e poder ter voz para reivindicar uma nova centralidade, num território com grande população e uma enorme dinâmica económica.
Que Fafe gostaria de ver dentro de 10 anos?
Gostaria de não ser confrontado com nova perda da população. Um concelho com outra dinâmica económica, com bem-estar geral da população e pleno emprego.