A câmara de Arcos de Valdevez está a desenvolver um novo projeto de cariz turístico, com base no território em torno do Castelo de Santa Cruz e do rio Vez, que tem como característica marcante a vista panorâmica de paisagens naturais do próprio município e até dos vizinhos ao redor.
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A iniciativa pretende transformar a zona oeste do concelho, até agora menos explorada e que compreende 13 freguesias e 94 km2 de área total, num “destino de referência”, criando condições para a visitação. A recuperação de miradouros é uma das apostas, assim como a sinalização de parques de merendas, trilhos, espaços florestais e património cultural, bem como a criação de uma infraestrutura de apoio à visitação [centro interpretativo] em fase de obra para instalação numa antiga casa florestal, que será a “Porta do Castelo”.
Segundo o autarca de Arcos de Valdevez, João Esteves, o projeto denominado “Santa Cruz” implicará, nos próximos anos, um investimento de cerca de um milhão de euros, dos quais “mais de meio milhão” já estão em execução. A esperança é agora que “os agentes da animação turística olhem para este território da mesma forma que olham para o do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), para a Ecovia do Vez ou até Sistelo [aldeia de montanha caracterizada pela paisagem em socalcos que se tornou conhecida como “pequeno Tibete português”]”.
“Este é um sítio fantástico para ver o concelho. Tem das melhores paisagens que conseguimos ver. É como se fossem umas varandas que temos ao longo do território que não nos vão permitindo ver o vale do Vez, as montanhas relacionadas com o Parque Nacional da Peneda-Gerês e depois a zona toda do vale do Lima”, descreveu João Esteves, esta quinta-feira, durante uma visita para a imprensa a vários pontos daquele território.
O autarca adiantou ainda que “estão em curso um conjunto de investimentos, que são complementares com iniciativas culturais”, com o objetivo de o “devolver às pessoas rapidamente” e também “criar condições” para que este possa ser usufruído pelo público. “Queremos dar mais vida a este território”, sublinhou, indicando que “entre o que está a ser feito neste momento e o que poderá ser feito nos próximos anos, [o investimento] deverá andar à volta de cerca de um milhão de euros, sendo que, neste momento, já estamos a fazer investimentos nesta zona de valores superiores a 500 mil”.
O território “Santa Cruz” compreendes as freguesias de Portela e Extremo, Padroso, Eiras e Mei, Sabadim, Senharei, Rio de Moinhos, Rio Frio, Salvador, Vila Ponche e Parada, Monte Redondo, Miranda, Padreiro Salvador e Santa Cristina, Cendufe, Jolda Madalena e Rio Cabrão.
João Esteves notou que é necessário “outro olhar e mais presença do setor de restauração” naquela região do concelho, já servida por “bastante alojamento”, e também que “os próprios agentes da animação turística olhem para este território da mesma forma que olham para o do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), para a ecovia ou até Sistelo”.
Questionado sobre se a intenção será transformar aquela zona numa “nova Sistelo”, o autarca de Arcos de Valdevez respondeu que, apesar de cada território “ter a sua singularidade”, é possível “imaginar” que a zona oeste do concelho, consiga “reforçar a sua dinâmica social e económica”, como “aconteceu ou está a acontecer em Sistelo e toda a zona da ecovia ou também na área do PNPG”.