<p>O Costa do Sal Golf Resort, projectado para a Vagueira,Vagos, vai ser mais pequeno devido ao espaço florestal. Mas mantém os 500 postos de trabalho. Primeira fase de projecto, de 150 milhões de euros, concluída em 2012.</p>
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A Câmara Municipal de Vagos (CMV) está a reduzir a escala do projecto turístico Costa do Sal Golf resort, apresentado publicamente em Abril do ano passado. A autarquia vai avançar para a concretização do projecto no âmbito de uma parceria com um privado, que será seleccionado num concurso público. Nesta fase inicial, a autarquia tem contado com o apoio da empresa PromoDois, pertencente a dois dos sócios da Martifer, que deverá concorrer à construção do principal empreendimento turístico do distrito de Aveiro.
A diversidade de valências turísticas, que incluíam um hotel de cinco estrelas, campos de golfe, praia privativa, porto de recreio e complexo desportivo, irá manter-se, assim como os 500 postos de trabalho inicialmente estimados. Apenas a escala das infra-estruturas e a componente imobiliária serão diminuídas.
Em causa está a redução da área disponível, que passou de 400 para 290 hectares. "As entidades que tutelam a floresta não aceitam bem a exclusão da área nacional, por isso decidimos avançar apenas na área florestal municipal", explicou, ao JN, o presidente da autarquia, Rui Cruz, garantindo que já está a ser elaborado o Plano de Pormenor (PP) para aquela área, contígua ao Parque de Campismo da Vagueira.
Fonte ligada ao processo avançou ao JN que, dos dois campos de golfe previstos, apenas se irá manter um, mas com os 18 buracos necessários para acolher campeonatos internacionais. O hotel, a lagoa artificial, praia e o porto de recreio serão mais pequenos, sendo que neste último haverá lugar para ancorar 200 embarcações e não as 500 inicialmente apontadas.
Na componente habitacional a redução será igualmente acentuada. Dos 1200 apartamentos previstos, irão ser construídos 600 e as moradias passarão de 500 para 300.
"O projecto ainda não foi completamente redesenhado, até porque o PP, que vai viabilizar o projecto, ainda não está terminado, mas, em traços gerais, serão reduzidos para cerca de metade os volumes construtivos e área de intervenção", disse a mesma fonte.
O valor do investimento "deverá passar de cerca de 220 milhões para 150 milhões, sensivelmente". Já o número de postos de trabalho directos deverá sofrer apenas uma pequena oscilação. "Os equipamentos vão manter-se, apesar de serem menores, por isso vamos precisar quase do mesmo número de pessoas para o seu funcionamento e manutenção. Os postos de trabalho deverão reduzir muito pouco".
Rui Cruz garantiu ao JN que foram os próprios promotores que pediram a "suspensão da candidatura na Comissão de Avaliação e Acompanhamento dos Projectos de Interesse Nacional (PIN)". Uma nova candidatura poderá, no entanto, ser tentada mais tarde. "Quando o PP daquela área estiver concluído e o projecto tiver viabilidade para avançar, ainda pode vir a ser tentada uma nova candidatura a PIN. A classificação é um selo de qualidade que se atribui ao projecto e, apesar de não tornar os procedimentos mais simples, permite encurtar os prazos", explicou a mesma fonte.
Durante a apresentação do projecto, em Vagos, em Abril de 2008, Carlos Martins, presidente da Estia Developments (onde está integrada a PromoDois), considerou que este pode servir de âncora para "atrair" outros investimentos turísticos à região. A primeira fase deverá ficar concluída em 2012.