Famalicão acordou, sob uma nuvem negra de fumo. Mais de 24 horas depois de ter deflagrado, o fogo que destruiu um armazém da Continental/Mabor continuava activo. O rescaldo prolongou-se noite dentro. Veja o vídeo
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A PJ está a investigar a origem das chamas.A coluna negra, imensa, continuou visível a muitos quilómetros de distância. Foram horas e horas com borracha e produtos químicos a arder. Embora nenhuma das indústrias situadas nas mediações do armazém, totalmente destruído pelas chamas, estivesse em perigo, os bombeiros continuaram a tentar a extinguir o incêndio durante todo o dia de ontem.
"Temos a ajuda de três máquinas para remover os destroços, para podermos delimitar com segurança o incêndio da periferia para o centro e extingui-lo completamente", explicou, ao JN, o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, Francisco Sampaio.
Depois do grande susto de anteontem - sobretudo de moradores da zona e de empresas vizinhas do armazém da fábrica de pneus - o fogo e o fumo tornaram-se motivos de curiosidade.
"Vim cá ver a destruição, é um incêndio muito grande", referiu Artur Carvalho, residente em Ribeirão. Ontem de manhã, quis ver, com os próprios olhos, o cenário de destruição. "Cheira a fumo mas consegue-se respirar bem", dizia o morador, notando que nunca tinha visto uma coisa semelhante.
Segundo Francisco Sampaio, apesar da matéria-prima que ardeu englobar produtos químicos, o fumo não é tóxico. "Não podemos fazer nada em termos de atmosfera e da população vizinha. Mas em termos de toxicidade não há perigo", assegurou o médico, que é segundo comandante dos Voluntários de Famalicão.
À medida que o tempo passava, as chamas foram sendo controladas. A meio da tarde, cerca de 75% da área total do incêndio estava já dominada. "Estamos a resolver a parte da frente e depois vamos atacar a parte de trás para seguirmos para o rescaldo", explicou.
Francisco Sampaio admitiu que o rescaldo, "demorado", deveria prolongar-se pela madrugada. "Até porque temos de remover todo o entulho e se encontrarmos pequenos focos teremos de combatê-los", pormenorizou.
O combate ao incêndio esgotou o reservatório de água da Continental/Mabor, pelo que, ontem, os bombeiros tiveram de começar a abastecer-se no quartel. "Os níveis de água nesta zona estão baixos e por isso tivemos de ir abastecer ao quartel, que não é tão próximo quanto isso", referiu.
O JN tentou falar com algum responsável da Continental/Mabor, mas mais uma vez ninguém esteve disponível.