A assembleia de credores da empresa de confecções HBC, em Oliveira do Hospital, decidiu ontem pela liquidação da empresa, disse a presidente do Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro. Fátima Carvalho revelou que "não era essa a decisão que os trabalhadores esperavam, tendo em conta que há um investidor interessado na sua recuperação", afirmou.
Corpo do artigo
A dirigente sindical mostrou a sua indignação com postura da Segurança Social (SS) - o maior credor da HBC, com mais de 50% da dívida - que "impôs uma solução que inviabiliza para já a proposta do interessado", afirmou.
Segundo aquela responsável, a SS apresentou uma proposta que obriga à imediata liquidação da empresa como um todo, incluindo os trabalhadores, pelo valor da avaliação do património existente (cerca de 300 mil euros). "Essa proposta inviabiliza a negociação com o interessado", afirmou e adianta que "não foi isso que se tem andado a discutir com as diversas entidades envolvidas, incluindo o investidor".
A solução encontrada obriga a que o administrador de insolvência faça publicar um anúncio em busca de propostas em carta fechada e só caso não apareça nenhuma se procederá a uma negociação directa com a comissão de credores e o possível interessado.
"Essa postura da SS vai complicar um processo que poderia e deveria ser mais facilitado e põe em causa a viabilização da HBC", afirmou Fátima Carvalho, adiantando que "os trabalhadores estão revoltados".
A sindicalista afirma a vontade dos trabalhadores em manterem os seus postos de trabalho e avança que se o processo continuar em suspenso por causa da SS, estão dispostos "a enveredarem por outras formas de luta, incluindo uma manifestação junto ao Ministério do Trabalho".