A desagregação das sete uniões de freguesia de Vila Nova de Gaia foi aprovada na Assembleia Municipal, com a abstenção do Chega, que recusou os apelos para uma decisão por unanimidade.
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Em causa está a desagregação das uniões de Grijó/Sermonde, Gulpilhares/Valadares, Mafamude/Vilar do Paraíso, Santa Marinha/São Pedro da Afurada, Serzedo/Perosinho, Sandim/Olival/Lever/Crestuma e Pedroso/Seixezelo, que fará com que o concelho volte a ter 24 freguesias.
Três dias depois de a Câmara ter aprovado por unanimidade as desagregações, a Assembleia Municipal tomou a mesma decisão. Para serem consumadas, as desagregações ainda terão de ser aprovadas pelo Parlamento, admitindo-se que possam ser efetivadas em 2025.
Nas intervenções no âmbito da discussão do ponto surgiram vários apelos para que o deputado Chega mudasse o seu sentido de voto, para que a decisão fosse unânime, mas Jorge Pereira manteve a abstenção, argumentando que o processo deveria ser "mais amplo".
O primeiro apelo surgiu do deputado social-democrata Paulo Martins, lembrando o "fim a que se destinava" o voto favorável. Também João Paulo Silva, do PS, invocou o "simbolismo da unanimidade no voto".
João Martins, do BE, criticou a forma "administrativa" como as decisões ocorreram em seis das sete uniões de freguesia, elogiando, em contraponto, a população de Seixezelo por ter "votado [em referendo local] a desagregação com uma grande mobilização".
Pedro Ribeiro Castro, do PAN, elogiou a forma como o processo se desenrolou em Vila Nova de Gaia, considerando que "acabou por ser mais democrático do que o que previu a decisão da Assembleia da República"; enquanto André Araújo, da CDU saudou a população do concelho pela "firmeza na defesa das freguesias".
Após a votação, o presidente da Assembleia Municipal, Albino Almeida, informou que o processo seguirá nesta sexta-feira para a Assembleia da República, desejando que o Parlamento "cumpra a vontade da população de Vila Nova de Gaia".