O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, não tem dúvidas de que as condições em que vivem as duas comunidades ciganas de Grijó "é muito má".
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De tal forma que, admitindo que a responsabilidade de realojamento deveria ser da Infraestruturas de Portugal (IP), dona dos terrenos, a Câmara assumiu a resolução do problema.
"A situação do ponto de vista dos direitos humanos é muito má e o facto de aquelas comunidades estarem localizadas em terrenos da IP faria com que a responsabilidade de as realojar não passasse pela Câmara. Todavia, se o assunto fosse prolongado teríamos um problema a nível social", referiu o autarca.
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A solução, depois de assinado um protocolo com a IP, passa pela reconversão do espaço da antiga Fábrica de Madeiras da Feiteira - terreno cedido gratuitamente à autarquia pela família Amorim, originária de Grijó - para habitação.
Depois do lançamento do concurso, o processo encontra-se em fase de contratação pública, esperando o autarca de Gaia ter as famílias realojadas "até ao final de 2023, início de 2024". Mas avisa: "Para garantir que algumas famílias não tentassem uma ocupação suplementar , foi feito um recenseamento e identificadas as 48 famílias que vão ter casa".
"Último dos problemas"
O projeto, composto por três blocos - que englobam 12 T2, 16 T3 e seis T4, totalizando 34 apartamentos - está pensando para acolher apenas as comunidades ciganas das ruas das Casas Queimadas e da Boavista.
Numa empreitada orçada em 3,8 milhões de euros, caberá ao Município comparticipar com 20% dos custos, numa obra que é financiada por fundos comunitários.
Depois dos realojamentos, Eduardo Vítor Rodrigues garante que as barracas serão para deitar abaixo, salientando que caberá à IP "manter os terrenos de que é proprietária limpos a fim de não se duplicar o problema". E concluiu: "É o último dos problemas que vou resolver, porque as muitas crianças que lá vivem merecem um futuro melhor".