Comerciantes da zona histórica fecharam as lojas para estarem presentes na reunião da Câmara, realizada esta quinta-feira, e houve declarações emotivas.
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Uma delegação da Associação do Comércio Tradicional (ACTG) encheu, esta quinta-feira, a sala de reuniões do executivo camarário de Guimarães, queixam-se do corte de trânsito nas ruas centrais e de estarem a ser usados como "cobaias", depois de se saber que a cidade será pioneira no projeto "NetZeroCities".
O presidente do Município, Domingos Bragança, comprometeu-se a "reunir com os comerciantes em plenário, quando o projeto estiver pronto". O autarca deixou claro que o objetivo, antes anunciado, de encerrar as ruas adjacentes ao centro histórico, até ao final do ano, já não é possível.
Mais de duas dezenas de comerciantes das ruas afetadas fecharam as suas lojas e encheram a sala de reuniões da vereação para protestar, mais uma vez, contra esta decisão.
"Aproximando-se a data e sem que nada nos seja dito sobre a criação de bolsas de estacionamento e a propósito da atração de serviços para o centro, decidimos vir aqui demonstrar a nossa indignação", afirmou Cristina Faria, presidente da ACTG, antes de ter que ser substituída por outro comerciante, por ter sido dominada pela emoção.
Para os comerciantes, o corte do trânsito "vai ser um obstáculo para o negócio" e não lhes serem apresentadas soluções. "Lembramos as experiências de obras passadas, as quebras de vendas rondaram sempre os 80%", afirmam. A ACTG questiona ainda a adesão de Guimarães ao programa "NetZeroCities" que "fará dos comerciantes cobaias."
Projeto a apresentar
"Se nada fizermos a situação de quebra do comércio vai continuar", aponta o presidente da Câmara. O edil garante que a intervenção que vai ser feita (nivelamento com o passeio na Rua de Santo António, Alameda de São Dâmaso e Largo do Toural) não é irreversível. "Se nós verificarmos que a pedonalização não é boa para os negócios o trânsito pode voltar", assegura.
O final do ano tinha sido apontado como data para o fecho a carros, mas Domingos Bragança diz agora que já não é possível. "Ainda não temos projeto e é preciso lançar a obra a concurso", afirmou, comprometendo-se a apresentar o "projeto aos comerciantes".