O presidente da Câmara de Vila Flor, Pedro Lima, calcula em milhões de euros os prejuízos na agricultura no concelho devido aos incêndios da semana passada.
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Só no concelho de Vila Flor, foram afetados mais de mil agricultores pelo incêndio que deflagrou no domingo, 17 de agosto, na freguesia de Barcel, em Mirandela, e que durante quatro dias consumiu milhares de hectares de mato, floresta e muitas culturas agrícolas. "Já estamos no terreno a fazer distribuição de alimento aos criadores de gado e a todos os apicultores", afirmou Pedro Lima.
Neste concelho, o município está a concluir a identificação de todas as parcelas afetadas no perímetro de incêndio. "Já temos esses dados em ficheiro para podermos ajudar e facilitar a candidatura dos nossos agricultores individuais às medidas de apoio que estão expressas no decreto-lei", acrescentou o autarca, referindo que a ideia é beneficiar não só dos apoios imediatos até 10 mil euros, mas também da reposição do potencial produtivo. "Preocupa-nos imenso, porque é preciso pensar no futuro e nas perdas de produção, que existem já imediatas, como as vindimas, amêndoa e azeitona, cuja apanha está à porta", explicou Pedro Lima.
Este trabalho de identificação dos lesados está a ser feito pelo gabinete de agricultura do Município de Vila Flor, dotado de dois técnicos. "Já estamos a receber solicitações dos agricultores. Vamos fazer reuniões com as juntas de freguesia para podermos transmitir informação, pois estas têm de ter um papel fundamental", acrescentou o autarca.
O presidente da Câmara de Mirandela, Vítor Correia, disse que no concelho a área ardida ultrapassa os 2200 hectares, principalmente de culturas agrícolas e explorações pecuárias.
"Esta reunião serviu para perceber qual será a rapidez para a atribuição dos apoios aos afetados. Criámos um balcão que abriu portas ontem (segunda-feira) para começar a trabalhar, a fazer o levantamento dos afetos e avançar com as candidaturas. Através de uma ferramenta que criámos e do BUPI, conseguimos saber onde há danos, embora não esteja tudo cadastrado", indicou o autarca.
O município criou um centro logístico para receber palha que está a ser cedida por associações ligadas à agricultura e por particulares.
