Autarca do Marco de Canaveses assume que investir na regeneração urbana é um risco
O presidente da Câmara do Marco de Canaveses admitiu que é um risco a autarquia avançar para a regeneração urbana, orçada em cinco milhões de euros, apesar de estar sujeita a um contrato de reequilíbrio financeiro.
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"Não podemos perder esta oportunidade. Por isso, eu decidi arriscar e a vida política também se faz com risco", afirmou Manuel Moreira na sexta-feira à noite à agência Lusa.
O autarca social-democrata explicou que o investimento previsto para a obra é de cinco milhões de euros, mas disse estar esperançado de que a comparticipação dos fundos da União Europeia possa chegar aos 95%.
"Inicialmente, a comparticipação começou por ser 70% a fundo perdido, já estamos em 85% e tenho a esperança de chegar aos 90 ou 95%", disse à agência Lusa.
Manuel Moreira lembrou que o projecto inicial foi reformulado, reduzindo-se a sua dimensão, para que a autarquia, impedida de contrair empréstimos, possa reunir os meios financeiros necessários para sua parte do investimento.
Insistindo no optimismo, afirmou sentir-se hoje "um homem feliz" por ser possível apresentar o projecto.
"E vamos pagá-lo", observou.
A Câmara do Marco de Canaveses está sujeita, desde 2004, então liderada por Avelino Ferreira Torres, a um programa de reequilíbrio financeiro acordado com o Governo, no valor de 45 milhões de euros.
Já em 2011 foi aprovado novo contrato, que acresce ao anterior, no valor de sete milhões de euros. Só relativamente ao primeiro contrato, o município tem encargos mensais superiores a 300.000 euros, o que limita a sua capacidade financeira.
Ainda a propósito da regeneração urbana, Manuel Moreira recordou que lutou durante mais de seis anos para que se reunissem as condições necessárias para a obra avançar.
"Nunca desisti, ao contrário do que muitos queriam. Sempre lutei por esta obra, porque é importante para a requalificação da sala de visitas do concelho", afirmou.
O autarca destacou, por outro lado, a importância da requalificação, também no plano da dinamização do comércio local.
"Vamos ter uma cidade mais apelativa para que possamos ajudar os nossos comerciantes", disse.
O concurso público para a primeira fase da obra já foi lançado e autarquia prevê que os trabalhos se prolonguem por um ano.
A intervenção incluirá a requalificação das principais artérias e praças do centro da cidade, com melhorias nos pavimentos e nas zonas pedonais.