Coimbra tem de "mudar a sua base económica, de modo a tornar-se menos dependente do sector público", defendeu, esta quarta-feira, o presidente da câmara, o social democrata João Paulo Barbosa de Melo.
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A cidade "é muito dependente do sector público" e, por isso, "muito vulnerável" a situações de crise como a que actualmente afecta o país, reconheceu o autarca.
Barbosa de Melo comentava os "cortes no ensino superior público", que o deixam "muito preocupado", não apenas pelos efeitos no sector, mas também pelos reflexos directos que terão em Coimbra, onde a Universidade e o Instituto Politécnico assumem "particular importância".
Embora ainda não sejam "conhecidos detalhes" nos cortes a efectuar, "os números apresentados são assustadores", sublinhou o autarca, partilhando as preocupações da generalidade dos outros eleitos.
A questão do "corte orçamental imposto ao ensino superior público, na ordem dos 8,5 por cento, correspondendo a cerca de 95 milhões de euros", foi suscitada pelo vereador Francisco Queirós, da CDU.
"Coimbra, a sua Universidade e o seu Politécnico sofrerão profundamente com esta medida", sublinhou.
A Universidade de Coimbra verá o seu orçamento reduzido em "cerca de 7,5 milhões de euros", enquanto o do Politécnico decrescerá 2,6 milhões de euros, acrescentou Francisco Queirós, considerando que estes cortes põem em causa a qualidade do ensino, "comprometem projectos de investigação e de formação de docentes" e "afectam ainda mais a ação social".
Estas reduções orçamentais terão "consequências imprevisíveis para uma cidade que tem no ensino superior, nas suas escolas, nos seus estudantes, funcionários e professores um dos pilares fundamentais", a nível económico, cultural e social, salientou o vereador.