A Área Metropolitana do Porto está a preparar a instalação de validadores em alguns dos autocarros turísticos do Porto para que, em janeiro, possam funcionar como transporte público. A verba, de 750 mil euros, foi aprovada na semana passada pelo Governo, revelou esta manhã de sexta-feira o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.
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"Neste momento, será a própria Área Metropolitana a contratualizar com os operadores de forma a suprir lacunas. Em alguns casos, o que estamos a fazer neste momento é adequar as características dos autocarros, porque os autocarros turísticos não são necessariamente todos capazes de vir para a rua fazer transporte de passageiros até por razões de logística, de tamanho e condições de circulação. Temos depois uma segunda questão para resolver, que é a colocação dos validadores para que as pessoas possam validar o seu título e também para que a empresa depois possa ser remunerada por essa validação", explicou o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.
O reforço deverá arrancar em janeiro, mas o também autarca de Gaia relembra que "já está a haver reforço desde setembro sem a comparticipação do Governo e com o pagamento dos municípios". "Acreditamos é que esse reforço pode ainda ser melhorado sobretudo naquilo a que ainda se chamam as horas de ponta", ressalvou.
Novas empresas de transporte só no final de 2021
A assinatura do contrato entre as novas empresas de transporte da região do Grande Porto e a Área Metropolitana só deverá avançar no último trimestre de 2021. Esta manhã de sexta-feira, em reunião de Conselho Metropolitano do Porto, foi aprovada uma adenda nesse sentido. Entretanto, explicou Eduardo Vítor Rodrigues, estão a ser cumpridos prazos de audiência prévia e reclamações. A lista de vencedores para os cinco lotes em que a região foi dividida ainda não foi formalmente anunciada, mas quase nenhumas das operadoras atuais estará em condições de vencer o procedimento.
"O concurso, neste momento, está nas mãos do júri. A adenda que hoje aprovamos, verdadeiramente só tem que ver com a componente financeira porque, expectavelmente, previa-se para 2021 um tempo relativamente alargado de contratualização do próprio concurso [a data prevista era a 1 de abril]. Infelizmente, os concursos, como se sabe, têm muitas etapas e muita burocracia e os prazos são difíceis. Portanto, antevemos que só no último trimestre de 2021 é que se venha a concretizar a contratualização. Isto, seguindo os prazos legais, que não podemos a eles fugir", explicou o também autarca de Gaia, salientado que o custo do concurso fica, assim, diminuído.
Eduardo Vítor Rodrigues garante que a questão dos transportes é "absolutamente decisiva" para a Área Metropolitana do Porto tanto a nível da mobilidade como também a nível ambiental.
"Não é apenas pela questão da mobilidade, que já por si só era importante. É também porque nós temos de contribuir para cumprir as metas a que nos propusemos enquanto país no acordo de Paris. Temos até 2030 para cumprir metas que são absolutamente relevantes e que, do meu ponto de vista, só podem ser cumpridas a partir dos transportes públicos. Ainda não tínhamos pandemia e foi a Área Metropolitana do Porto que propôs, no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI) a ligação Porto-Vigo em nova ferrovia, exatamente por acreditarmos que isso tem um potencial enorme de ligação ao resto da Europa e sobretudo de valorização do nosso aeroporto e do Terminal de Cruzeiro de Leixões, entre outros", recordou o presidente do Conselho Metropolitano do Porto.