O diretor da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), José Carlos Simão, anunciou este sábado em Vila Praia de Âncora que vai ser realizado um estudo para encontrar uma solução que permita reduzir "os elevados níveis de assoreamento" do portinho de pesca daquela localidade.
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Segundo aquele responsável está em causa "um erro" na obra original daquela infraestrutura, que apenas teve em conta a proteção costeira, descurando a "movimentação dos sedimentos" naquela área. Fator que, há vários anos, provoca o assoreamento recorrente do canal de navegação na zona portuária.
O estudo de uma solução para o problema foi anunciado, este sábado, durante uma visita aos trabalhos de desassoreamento do porto, que estão a decorrer por um período de seis meses. Trata-se de um investimento de 1,6 milhões de euros e que, aproveitará os inertes resultantes da dragagem para reconstrução das dunas dos Caldeirões, na praia de Vila Praia de Âncora, destruídos pela tempestade Hércules em 2014.
A empreitada de desassoreamento do portinho de pesca, que deverá repetir-se anualmente até 2023, foi visitada pelo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que durante a manhã, esteve também em Esposende e Viana do Castelo. O governante inaugurou as intervenções da Polis Litoral Norte: a modernização da doca de pesca de Esposende e a construção de um novo edifício lota e de arrumos de aprestos no portinho de pesca de Castelo de Neiva, num investimento global de três milhões de euros.
Em Vila Praia de Âncora, Serrão Santos, destacou o facto do volume de areias (115 mil m3) a dragar até outubro no porto de pesca ser "muito superior" ao dragado no conjunto "de cinco anos". E de aqueles inertes serem reconduzidos, através de tubagens com cerca de 730 metros de extensão, até à praia para reabilitar o cordão dunar dos Caldeirões. O ministro do Mar sublinhou ainda a necessidade de ser encontrada, desde já, uma saída para questão do contínuo assoreamento.
"A DGRM está neste momento num processo de contratação de um estudo que tem como objetivo, encontrar uma solução que reduza, de facto, o ritmo de assoreamento do porto, que compreendi hoje, teve um planeamento eventualmente inadequado, sobretudo, na sua fase final e não ouviu aqueles que conhecem o mar, que são os nossos pescadores", declarou Ricardo Serrão Santos.