O avanço do mar está a colocar "em sério risco" as Torres de Ofir, em Esposende, que já têm a água a "um metro e meio, dois metros", afirmou, esta quinta-feira, o vereador da Proteção Civil na Câmara local, Maranhão Peixoto.
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A praça que serve as Torres de Ofir, em Esposende, está a ceder. O mar já levou passadiços, rampas de betão de acesso ao que resta da praia e está ameaçar as fundações da Torre 1.
"Se o mar continuar a avançar com esta ferocidade, as torres correm sério risco", disse à Lusa Maranhão Peixoto, vereador da Porteção Civil de Esposende.
O presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, garantiu que "neste momento, não está em causa a ruína" das três torres de Ofir, mas sublinhou que a situação será alvo de uma "avaliação permanente".
Neste momento, ainda segundo Benjamim Pereira, não se coloca a questão da evacuação das torres, mas haverá uma "avaliação permanente" da situação para a tomada de medidas de acordo com a evolução do estado do mar.
No fim de semana, por precaução, já foi vedado o acesso ao parque de estacionamento à superfície da torre mais a norte.
As barreiras de segurança foram colocadas no passado fim de semana para evitar o acesso ao mar, mas volvidos pouco dias, foi o próprio mar que ultrapassou as barreiras de segurança, abrindo fissuras e declives acentuados na praça instalada mesmo ao fundo da Avenida António Veiga.
As escadas que serviam de entrada no areal ainda estão no local, mas terminam em pleno mar. "A escadas são agora um pontão. O mar comeu a areia e a última escada está a um metro de altura", refere Gonçalo Pereira, estudante que veio ver os estragos na zona.
A rampa de acesso à praia de Ofir está bastante danificada e apresenta um deslocação de 35 centímetros face à praça. A inclinação do passeio já é bem acentuada, assim como diversas fissuras que fazem João Ferreira, natural de Esposende e que ali toma café todos os dias, temer o pior. "Pode estar em risco de derrocada a primeira torre. Não sabemos com isto está por baixo da praça", diz.
José Sócrates, quando era ministro do Ambiente, elaborou um plano de ordenamento da orla costeira e anunciou a demolição das Torres de Ofir. Situação de carater urgente em 2002 e que teve despacho assinado com orçamento de 31 milhões de euros para o efeito. No entanto nunca veio acontecer.
Cada uma das torres tem 13 andares, num total de 114 apartamentos e 15 espaços comerciais. A construção está em pleno Parque do Litoral Norte.