Obras vão permitir somar mais 320 camas e ajudar a debelar dificuldades de estudantes com alojamento. Primeiro edifício deverá ficar concluído no próximo ano.
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A Universidade de Aveiro (UA) vai avançar com a construção de cinco novas residências de estudantes. Custarão 12 milhões de euros e terão capacidade para 320 camas, para além de salas de estudo e cozinha, apurou o JN.
O projeto de execução já está concluído e, segundo Alexandra Queirós, vice-reitora com a área das Políticas para a Cultura e a Vida nos Campi, a expectativa é que a construção do primeiro bloco, que disponibilizará 64 camas, "arranque este ano e fique concluída a tempo do ano letivo 2023/24". Os restantes serão construídos de forma faseada. A curto prazo também será feita a reabilitação gradual das residências de Santiago, refere a academia.
Os cinco edifícios localizar-se-ão na zona do Crasto e serão idênticos. Segundo a UA - que espera contar com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência e com o dinheiro da venda já concretizada de um imóvel na cidade (ver caixa) -, o custo ascende a 12 milhões de euros.
Alexandra Queirós diz que a UA pretende "garantir igualdade de acesso aos alunos mais carenciados, que têm mais dificuldade em garantir alojamento". "Apesar de até termos um bom rácio de número de estudantes e número de camas, sentimos, nos últimos anos, que havia um constrangimento dos estudantes em arranjar alojamento a preços mais acessíveis, porque o mercado em Aveiro teve um "boom" de procura turística". A par com isso, há uma estratégia de internacionalização que "faz com que a UA queira ter o maior número possível de camas" para estudantes estrangeiros.
a "maior fatia" das despesas
Atualmente a UA dispõe de 17 residências. A maioria está localizada no Campus de Santiago e no Crasto. Na cidade, há dois blocos residenciais que são arrendados e três outros espaços, propriedade da universidade, que servem de residência. Ao todo, o parque oferece 1076 camas (76% são quartos individuais e os restantes duplos ou triplos), adianta a UA ao JN.
Para Wilson Carmo, presidente da Associação Académica da UA, a construção de mais residências e a qualificação das existentes "é fundamental", pois "há uma escassez enorme de alojamento em Aveiro". "A UA tem crescido bastante, estamos quase com 17 mil estudantes e o número de residências tem-se mantido". Ao final do mês, "a maior fatia" de despesas dos estudantes é para o alojamento, sendo este "um dos principais entraves" à permanência.
BAIRRO DO LICEU
Prédio vendido por um milhão ajuda a pagar
Uma parte do financiamento das novas residências vem da venda de um prédio de três andares (na foto), no Bairro do Liceu, transacionado pela Universidade por um milhão de euros à empresa Dias Úteis Lda., em maio do ano passado. O edifício, na Rua S. Sebastião, com 1141 m2 de área edificada, onde funcionou a Clínica de Santa Joana, foi comprado em 1996 pela UA com o objetivo de alojar estudantes (fica perto do campus), mas o projeto nunca avançou por questões financeiras.