Nova estrada-dique já foi feita mais alta para salvaguardar subida do nível médio da água da ria
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A Câmara de Aveiro encomendou um estudo para perceber qual poderá ser a "cota máxima de cheia, previsível para os próximos 100 anos", de forma a tomar medidas que protejam a cidade da subida do nível médio das águas do mar e da ria, devido às alterações climáticas. A informação foi confirmada esta quarta-feira ao JN pelo presidente da Câmara, Ribau Esteves. O trabalho foi pedido ao gabinete de engenharia Carmona Rodrigues e deverá ficar pronto até junho.
Entre outras análises, aquele estudo permitirá "definir qual será a necessidade, e em que tempo, de aumentar a cota do muro da eclusa e comportas", um mecanismo que regula o caudal nos canais urbanos e que permite "defender a cidade", explica Ribau Esteves. Também será importante na tomada de decisão sobre como proteger outras zonas vulneráveis, como é o caso dos terrenos da antiga lota, que a Câmara pretende adquirir e que se encontram à mesma cota da eclusa.
Atualmente, "nos dias de maré cheia viva, a água da ria quase toca o topo do muro das comportas e da eclusa e do muro da antiga lota. E, se houver alguma agitação, por causa do vento, há galgamentos", evidenciou o edil.
Já na nova estrada-dique, uma obra que está a ser ultimada e se estende ao longo de cerca de um quilómetro entre a marinha da Troncalhada e os clubes náuticos, o risco deverá estar salvaguardado. Ainda em fase de projeto, o edil mandou altear a via em cerca de um metro para prevenir galgamentos num futuro próximo.
"O projeto inicial previa a estrada ao mesmo nível da anterior", conta Ribau Esteves. Mas o autarca entendeu que devia "aumentar em cerca de um metro, para garantir que já ficávamos com a estrada-dique e o seu muro de coroamento a uma cota que nos garantisse que, com o aumento do nível médio das águas do mar e da ria, aquela zona ficava capacitada". Não fazia sentido, "numa obra de 2,5 milhões de euros, daqui a uns anos estarmos a destruir tudo para elevarmos a cota", defende.