Os bairros do Porto vão ser abrangidos por 90 novas câmaras de videovigilância. As câmaras vão controlar o trânsito, mas podem ter mais funções.
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Até ao final do ano, a Câmara do Porto vai instalar 90 novas câmaras de videovigilância, incluindo uma dezena em Pinheiro Torres e na Pasteleira Nova, dois dos bairros que foram alvo de uma megaoperação da PSP no combate ao tráfico de droga e da qual resultaram detenções e a apreensão de estupefacientes, armas e dinheiro.
A par desta medida, a Autarquia anunciou que serão abertos novos arruamentos naquela zona da cidade.
Estes dispositivos destinam-se a controlar o tráfego rodoviário, sendo as informações monitorizadas em tempo real no Centro de Gestão Integrada. Mas, como salientou Rui Moreira, "se as autoridades - PSP, PJ e Ministério da Administração Interna - assim o entenderem, as câmaras podem ser utilizadas para outros fins". O autarca deu como exemplo o "combate ao crime organizado".
Os aparelhos, "à prova de tiro e construídos para resistir a atos de vandalismo", não fazem gravações e têm um mecanismo que barra o visionamento do interior dos edifícios. Até ao final do ano, o investimento calculado é de 200 mil euros. Numa outra fase, dependente de decisão judicial, está prevista a substituição de 68 câmaras e a introdução suplementar de 20. Atualmente, a rede conta com 136 aparelhos.
Instituto da droga
Na reunião de Câmara, PS, PSD e CDU concordaram com a videovigilância, mas a comunista Ilda Figueiredo ressalvou que "os perigos de tudo isto são grandes" e que o visionamento deve cingir-se ao "tráfego".
Interligado com o tema, o tráfico e o consumo de droga não recolheram igual consenso político. "Só com as forças de segurança não vamos lá", disse Manuel Pizarro. O socialista afirmou que "não é preciso mudar a lei" e considerou que para atender aos problemas da droga é necessária uma resposta integrada, ao nível "sanitário e social". Partilhando a opinião de Ilda Figueiredo, referiu que o próximo Governo deve "reverter a extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência". Rui Moreira reiterou que o Município está "disponível para pagar parte dos custos relativos à criação de salas de consumo assistido".