A Baixa de Lisboa vai estar condicionada ao trânsito, a partir da próxima quarta-feira, por causa das várias obras estruturantes que estão a decorrer na cidade simultaneamente e que deverão demorar pelo menos dois anos a estarem concluídas. A Câmara de Lisboa vai reavaliar a medida ao longo dos próximos meses e pondera manter a limitação ao tráfego rodoviário após as empreitadas.
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A partir da próxima quarta-feira, 26 de abril, carros, autocarros turísticos, tuk-tuks e todos os veículos que não pertençam a moradores ou trabalhadores não poderão circular na Baixa de Lisboa, anunciou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Anacoreta Correia, esta manhã de terça-feira, em conferência de imprensa. Veículos com mais de três toneladas e meia só poderão circular durante a noite, entre as 20 horas e as 8 horas. Haverá polícias a sensibilizar os condutores para as novas regras e sinalização em várias ruas do centro histórico da cidade.
A Avenida 24 de Julho, "que já está interrompida há alguns meses, na próxima semana vai ter outro impedimento". "Será possível usar o corredor bus da Avenida 24 de Julho provisoriamente, uma medida temporária, que visa responder a este obstáculo, e que durará até julho se não houver achados arqueológicos que possam atrasar", explicou Anacoreta Correia.
"Na Avenida Brasília será possível circular nos dois sentidos e no Cais do Sodré vai-se privilegiar um movimento circular contínuo e o menor atravessamento possível para evitar bloqueios como já acontece hoje", adiantou ainda o também vereador da Mobilidade.
Todos estes condicionamentos representam uma interrupção ao tráfego em geral na zona ribeirinha e Avenida 24 de Julho, entre a Avenida Infante Santo e a Avenida Mouzinho de Albuquerque, em ambos os sentidos. Como alternativa, a Câmara de Lisboa propõe a circulação por uma "5.ª circular", entre a Avenida Infante Santo, passando pela Estrela, Conde Redondo e Avenida Almirante Reis até à Mouzinho de Albuquerque. "Existe esta possibilidade de tornear as dificuldades que existem na frente ribeirinha e na zona histórica a partir de cima. Quem vem de Belém e Algés deve privilegiar a quinta circular", referiu.
As obras de expansão do Metropolitano de Lisboa e do Plano Geral de Drenagem, assim como intervenções na rede de saneamento da cidade, obrigaram a Autarquia de Lisboa a definir estes cortes ao trânsito "em algumas zonas por tempo indeterminado", admitiu Anacoreta Correia.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reconheceu que as intervenções "vão implicar um incómodo para as pessoas", mas, salientou, "estas obras são essenciais para a cidade". Frisou ainda a importância da diminuição do tráfego nesta zona da capital, uma vontade já antiga da autarquia lisboeta. "Vamos ter de reduzir o trânsito que entra na Baixa. As pessoas que possam evitar vir à Baixa, não venham. Vamos influenciar as pessoas, que normalmente passam pela Baixa, a entrarem nesta quinta circular. Isto vai diminuir o fluxo de trânsito".