Segundo a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA), a barragem de Alqueva armazenou "mil milhões de metros cúbicos" com a chuva que caiu no mês de dezembro.
Corpo do artigo
A EDIA, gestora do empreendimento, justificou que "às 7 horas desta segunda-feira a albufeira estava à cota 149,80 metros, o que representa um volume de 3580 hm3 e corresponde a quase 875 do armazenamento total da barragem", estando a pouco mais de dois metros daquele que seria o quinto enchimento total.
Para os níveis que foram atingidos muito contribuíram as fortes chuvas que caíram na Estremadura de Espanha na noite e madrugada de 12 e 13 de dezembro, que levaram a um enchimento de mais de dois metros, uma vez que a principal entrada de água na barragem de Alqueva é o Açude de Badajoz, localizado a norte de Elvas e controlado pela Confederação Hidrográfica do Guadiana, sediada a naquela cidade espanhola.
Estes valores ultrapassam os verificados a 9 de fevereiro de 2021, quando a albufeira estava à cota de 148,27 metros, com 79,73% da sua capacidade máxima, mas cujo enchimento não se viria a verificar. Desde o dia 1 de dezembro, a EDIA lembrou que a albufeira subiu 5,32 metros e encaixou mil hm3 de água e que o nível de pleno de armazenamento da barragem é de 4150 hm3, à cota máxima de 152 metros.
O primeiro enchimento de Alqueva ocorreu no dia 12 de janeiro de 2010, oito anos depois do fecho das comportas que ocorreu a 8 de fevereiro de 2002. A última vez que a maior albufeira da Europa encheu na plenitude foi no início de 2014, mas nessa ocasião a EDIA não fez qualquer descarga para o rio Guadiana. Alqueva é a única barragem em que pode ser produzida energia sem despejo de água., tendo sido a mesma desviada para a central hidroelétrica, voltando depois a mesma ao leito da albufeira.
"Construam-me, porra!"
Foi há quase três décadas, corria o ano de 1994, quando um grupo de jovens afetos à Juventude Socialista de Beja pintou a parede do pontão que suportava a travessia do rio Guadiana na passagem Moura/Portel a frase reivindicatória: "Construam-me, porra!".
A ponte que foi levantada em 1977 teve que esperar mais quatro anos desde que surgiu a pintura para que as obras da barragem tivessem início. Até os mais céticos não têm hoje dúvidas sobre a importância que Alqueva tem nas mais diversas vertentes, desde a economia à agricultura, do turismo ao abastecimento público às populações.