BE acusa Governo e Misericórdia de "esconder contornos graves" sobre Hospital de São João da Madeira
Depois da Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira assumir que a futura gestão do hospital local terá como objetivo "reforçar a resposta desta unidade hospitalar à população" e que o mesmo "continuará integrado no SNS", o Bloco de Esquerda (BE) acusa o Governo e a instituição de "andarem a esconder dos sanjoanenses contornos graves e preocupantes da negociação".
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O comunicado da Misericórdia, garantindo que "apenas muda a gestão [do hospital], que passa para a Misericórdia, uma instituição centenária dos sanjoanenses e da cidade", veio levantar ainda mais objeções dos contestatários acerca desta passagem de gestão.
Em comunicado, o BE local considera que a Misericórdia "decidiu entrar na campanha eleitoral" e que o seu esclarecimento "revela negociações muito avançadas", afirmando ainda que "a ministra da Saúde mentiu e tem estado a mentir há meses", uma vez que "as negociações têm sido feitas mesmo sem haver estudo nenhum", contrariando o que a governante afirmou publicamente.
Os bloquistas sublinham que "a Misericórdia admite que o hospital vai perder serviços, como a oncologia e a saúde mental", e criticam o facto de a instituição "estar a tentar escolher apenas os serviços que lhe garantem mais retorno", tratando "a saúde como um negócio".
O BE acusa ainda a Misericórdia de "enganar a população" ao anunciar novos serviços que "já existem", e alerta para a "desgraduação da urgência", que, segundo o partido, "passará a receber apenas casos triados com pulseira azul e verde, ou seja, as situações menos diferenciadas".
O comunicado do BE denuncia também a "falta de garantias quanto aos profissionais de saúde" e o facto do "volume de atividade depender do financiamento que o Estado decidir atribuir".
A concluir, o BE considera que o "comunicado reveste-se de enorme gravidade" e que "é mesmo preciso impedir a transferência da gestão do hospital".