A associação de bibliotecários manifestou, esta quarta-feira, receio de que o despedimento de técnicos ponha ameace a continuidade da biblioteca da Nazaré quando terminar o contrato programa com o Estado, mas a Câmara garante que o equipamento não vai fechar.
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A preocupação da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD) tem por base a não renovação de contratos com quatro técnicos da biblioteca, o que, segundo o tesoureiro, Bruno Eiras, "pode representar a quebra das implicações legais do Contrato-Programa entre o Estado e o Município e pôr em causa o destino deste equipamento no futuro".
Em causa está o facto de a Biblioteca Municipal da Nazaré ter sido construída com "apoio técnico e financeiro do Estado" ao abrigo de um contrato programa que, de acordo com o responsável da BAD, "termina no final do ano".
O programa implica que a biblioteca (que custou 1,5 milhões de euros) esteja dotada de "um corpo de colaboradores qualificado na área técnica de Biblioteca e Documentação".
A BAD teme que tal possa não se verificar, dada a não renovação de contratos com um técnico superior e três assistentes técnicos que ali prestavam serviço.
Os quatro técnicos eram funcionários da empresa municipal Nazaré Qualifica e integram um conjunto de trabalhadores com os quais a autarquia não renova contrato devido às dificuldades económicas do município, cuja divida ronda os 42 milhões de euros.
O presidente da Câmara, Walter Chicharro (PS), assegurou hoje à Lusa que "o cumprimento do contrato-programa não está em causa", já que "a Câmara tem nos seus quadros técnicos com a qualificação adequada para assegurar os serviços da biblioteca".
Walter Chicharro sublinhou, ainda, que a biblioteca "é um equipamento cultural estratégico" que a autarquia pretende manter aberto mesmo depois de concluído o contrato-programa e que "nunca a gestão socialista da autarquia admitirá acabar com este serviço publico, gratuito e de proximidade".
Garantias que a direção da BAD pretende "discutir em pormenor numa reunião já pedida ao executivo", mas que tanto a associação como a autarquia confirmaram à Lusa não ter ainda data agendada.