Nova fase das obras no santuário de Braga inclui arranjo do apeadeiro do elevador e demolição do edifício da esplanada.
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A Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, espera que o novo quadro comunitário de apoio abra a oportunidade de poder obter financiamento para executar a terceira fase de requalificação do santuário, que desde 2019 ostenta a classificação de património cultural mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O vice-presidente da Confraria, Varico Pereira, explicou ao JN que este conjunto de intervenções, cujo investimento estimado é de cerca de 2,3 milhões de euros, já tem projetos aprovados e pretende dar resposta a "necessidades de requalificação do património e de qualificação da visita" recomendadas pela UNESCO.
Em termos de obra física, a confraria pretende avançar com a requalificação da Casa dos Correios, com a já anunciada demolição da estrutura de betão da esplanada e a criação de um centro interpretativo, que terá o nome do anterior arcebispo de Braga, Jorge Ortiga. "Na parte inferior, teremos uma nova cafetaria com todas as condições, que irá substituir a anterior esplanada, que de facto não se enquadrava neste santuário e que dará lugar a um local de contemplação de todo este espaço", explica Varico Pereira.
Eliminar barreiras
O vice-presidente da confraria realça que a intervenção nessa zona permitirá igualmente "eliminar as barreiras arquitetónicas" e "melhorar a acessibilidade" para que "todas as pessoas possam aceder de forma mais rápida ao elevador". "A intenção é facilitar o acesso a pessoas com mobilidade reduzida e tornar a circulação mais cómoda, evitando aglomerações", assegura o responsável.
O projeto inclui igualmente uma intervenção na base do elevador, um dos símbolos mais icónicos do Bom Jesus de Braga. Além da valorização do apeadeiro, do arranjo urbanístico da zona envolvente e da recolocação do gradeamento com o "aspeto original", será criado um espaço interpretativo que permitirá explicar o funcionamento do funicular, que comemorou 141 anos em março.
Em termos de melhoria da qualificação da visita, a confraria pretende colocar sinalética "indicativa e informativa" em todo o espaço do santuário do Bom Jesus e fazer uso das novas tecnologias, nomeadamente para dar aos visitantes a possibilidade de "conhecer melhor" o santuário ou de poderem comprar online os bilhetes para viajar no elevador, visitar a torre sineira ou andar nos barcos do lago. "A intenção é que quem nos visita tenha uma experiência mais enriquecedora a todos os níveis", vinca Varico Pereira.
Estrada de acesso é dor de cabeça
Nesta fase das obras, a Confraria quer fazer a requalificação da alameda junto ao pórtico de entrada - na parte inferior do santuário - e promover a reorganização do trânsito e do estacionamento automóvel, em articulação com a Câmara. A "maior dor de cabeça" é, no entanto, a estrada principal de acesso ao Bom Jesus. "Está verdadeiramente em mau estado e precisa de uma intervenção de fundo, mas aí não podemos intervir, porque é uma via sob a tutela da Infraestruturas de Portugal", refere Varico Pereira.