O incêndio florestal que deflagrou, nesta tarde de sexta-feira, na localidade de Carvalhal, concelho da Sertã, está a ser combatido por 107 operacionais, apoiados por 31 veículos.
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O fogo, que lavra com intensidade em zona de mato e pinhal, teve início pouco depois das 17.30 horas, disse ao JN o comandante Pedro Araújo, do Comando Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
As chamas obrigaram ao corte do IC 8, entre os quilómetros número 96 e número 99, e também da EN 2, entre Carvalhal e Pedrógão Pequeno, indicou Pedro Araújo.
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Por enquanto, não há povoações ameaçadas, mas existem algumas habitações dispersas na trajetória do incêndio, as quais estão a ser protegidas por veículos no terreno, segundo Pedro Araújo.
O fogo está a avançar em duas frentes, havendo ainda alguns focos dispersos, causados por projeções, devido ao vento.
Trata-se de uma zona com "elevada carga térmica, provocada pela densidade da vegetação", e com um "declive moderado", precisou Pedro Araújo.
Uma vítima de Pedrógão Grande parada pelas chamas
Entre as pessoas que viram a sua viagem interrompida devido ao incêndio da Sertã está uma vítima do fogo que começou, a 17 de junho, em Pedrógão Grande, e alastrou a outros concelhos, causando 64 vítimas mortais, além de duas centenas de feridos.
Altino Henriques, residente no concelho de Castanheira de Pera, um dos atingidos por aquele incêndio, perdeu quatro familiares, que fugiam de carro. Ficou também sem 21 hectares de floresta, parte de uma habitação, tratores, alfaias agrícolas, pomares e vinhas.
Altino tinha ido a Oleiros, esta sexta-feira, buscar um trator, quando deparou com o trânsito interrompido no IC8. Fala ao JN com a viatura parada na localidade e freguesia de Carvalhal, onde, cerca das 19.30 horas, se fez noite, devido ao fumo. "Agora não estou a arriscar", comenta.
A poucos metros está António Marques, a regar com uma mangueira o quintal de um vizinho que se encontra ausente. Já molhou a propriedade. Receia que o fogo lhe chegue à casa, e pouco mais diz. "Está previsto chegar aqui e queimar tudo, e o vento está a ajudar", afirma, de rosto carregado.
No terreno, além de viaturas de bombeiros, estão ainda três máquinas de rasto.