Freguesia de Morreira é o ponto negro do concelho. Obras e novos transportes podem atenuar sinistralidade.
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O concelho de Braga tem 24 zonas perigosas para condutores e para peões. Assim o diz o relatório do estudo feito pela Câmara e ontem apresentado em reunião do Conselho Municipal da Mobilidade. Os dados, de 2021, indicam que houve, no total das estradas do concelho, 669 acidentes, 30 dos quais atropelamentos, a maioria registada no miolo urbano.
A União de Freguesias Morreira-Trandeiras, na Estrada Nacional 101 (EN101), é a que mais sinistros teve, sendo por isso considerada ponto negro. Falta de sinalização na via, com sinais desgastados e pouco visíveis, e excesso de velocidade são causas apontadas.
O estudo indica que dos acidentes totais resultaram um morto e 849 feridos. No caso de Morreira aconteceram, em 2021, cinco sinistros ( três colisões e dois despistes) numa curva fechada e inclinada "onde os veículos circulam com velocidade". Mas o presidente da Junta, Manuel Martins, fala em três a quatro despistes ocorridos já este ano, apesar "de terem colocado piso novo" na via.
No caso dos atropelamentos, que teve a maioria dos feridos graves, aponta-se a Avenida da Liberdade, em São Lázaro, como local perigoso, dado que ali foram colhidas cinco pessoas por veículos.
Para minimizar o problema, a autarquia lembra que, este mês, arranca a requalificação da avenida, que ficará mais estreita para limitar a velocidade, e com as passadeiras elevadas ao nível dos passeios. "Teremos uma equipa especializada em trânsito com elementos das forças policiais para enfrentar o problema", sublinhou, ao JN, a vereadora do Trânsito, Olga Pereira.
Sendo os 669 acidentes a totalidade das ocorrências em Braga, o estudo dá mais ênfase aos 158 registados no ponto negro de Morreiras, nos 19 cinzentos ( lanço de estrada com, pelo menos, 500 metros onde se registaram três ou mais casos) e nos quatro pontos de atenção (troços onde não foi detetada a causa, mas que necessitam de monotorização) que se localizam no miolo urbano.
Nos sinistros que aconteceram nestas 24 zonas perigosas, houve um morto - numa colisão frontal - oito feridos graves e 197 feridos ligeiros.
Olga Pereira disse ao JN que a maior parte dos pontos assinalados como mais graves vai ter solução a curto prazo com as alterações à circulação introduzidas pelo futuro BRT (Bus de Transporte Rápido), que será construído com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência. O relatório especifica que 58% do total dos acidentes foram colisões entre veículos. No caso dos despistes, a maioria ficou a dever-se a descontrolo e à falta de utilização do cinto de segurança.
Nos sinistros entre motociclos registaram-se, no concelho, cinco feridos graves em 112 ocorrências. Já os acidentes com velocípedes causaram 34 vítimas.
Arruamentos
O estudo releva (para além da prevalência de ocorrências em arruamentos, onde se verificaram o óbito, 82% dos feridos graves e 80% dos feridos ligeiros) o número de feridos associados a acidentes em estradas nacionais, com 11% dos feridos ligeiros.
Embora seja considerado um ponto negro que afeta o concelho, o trabalho exclui o troço da A3, isto porque os acidentes em autoestrada não são imputados ao município por se tratar de um tráfego de atravessamento.
Dados
58% dos acidentes
O relatório conclui que 58% dos acidentes foram colisões entre veículos e realça que os despistes ficaram a dever-se, na sua maioria, a descontrolo de viaturas ou a condutores que não usavam cinto de segurança.
16 vias com acidentes
O relatório enumera, uma a uma, as ruas e avenidas com mais acidentes, destacando-se a Avenida João Paulo II, a rotunda das Piscinas e a variante à cidade, junto ao hipermercado e ao centro comercial.