A população da Branca pode voltar às manifestações públicas de protesto contra o traçado da A32 que vai atravessar a localidade. Uma reunião realizada com responsáveis das Estradas de Portugal não sossegou comissão.
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A Auranca, Associação do Ambiente e Património da Branca, e a Comissão de Acompanhamento do Traçado da A32, na Branca, vão pedir uma audiência ao secretário de Estado das Obras Públicas e vão decidir, em breve, o regresso às manifestações públicas.
A decisão surge, segundo Joaquim Santos, da Comissão de Acompanhamento, depois de uma reunião com responsáveis das Estradas de Portugal, que teve lugar ontem, ao final da manhã, na sede da Junta de Freguesia da Branca, com a participação de mais de uma dezena de populares, e que foi antecedida de uma visita demorada dos responsáveis das Estradas de Portugal aos locais afectados pela travessia futura da A32.
"Não temos nenhuma varinha mágica", disse, aos populares, na sede da Junta, o administrador da Estradas de Portugal, Rui Nélson, enquanto o vice-presidente, Eduardo Lopes, lembrou que o processo já teve "um momento de excepção" que se traduziu no facto de o secretário de Estado das Obras Públicas ter mandado a comissão que elaborou a declaração de impacto ambiental reapreciar o processo.
"A conclusão da reapreciação foi a mesma, o traçado a nascente", disse Eduardo Lopes que referiu que está em curso o concurso para a concessão.
"Moro fora de Lisboa e também tenho o TGV a passar a 70 metros da minha casa e vou exigir que sejam respeitados os meus direitos", disse o vice-presidente das Estradas de Portugal. "Temos a maior abertura para discutir os projectos nos momentos próprios", prosseguiu, frisando que o caso da A32 "não está a ser olhado com ligeireza pelas instituições".
Aquele responsável da Estradas de Portugal lembrou que "das seis propostas apresentadas pelos seis concorrentes, todas chegaram à mesma conclusão: por nascente, o que indica que no conjunto e em termos construtivos, a maioria considera que aquela solução é a mais barata para a obra".
Recorde-se que o traçado a nascente da A32 a atravessar a freguesa da Branca é contestado não só pela Câmara de Albergaria-a-Velha como pela Assembleia e Junta da Branca. Essa posição foi reforçada por um abaixo-assinado com mais de 4000 assinaturas.
A autarquia de Albergaria-a-Velha está a estudar a possibilidade de intentar uma providência cautelar e a Auranca deve, em breve, intentar também uma acção popular em tribunal. Recentemente, a população da Branca cortou simbolicamente o IC2 ao trânsito e manifestou-se em Aveiro e Albergaria-a-Velha.