Vários condutores queixam-se de estragos nas suas viaturas devido ao mau estado da EN 109 e as queixas são comuns por parte daqueles que conduzem no troço à beira-mar, compreendido entre o nó do horto, em Miramar (Arcozelo), e a fronteira com Espinho, junto ao Hotel Solverde.
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A zona mais degradada, onde a irregularidade do piso é acentuada e quase que obriga os automobilistas a fazerem uma gincana para fugir aos buracos, localiza-se nas imediações da estação ferroviária da Granja e prolonga-se até aos limites de S. Félix da Marinha. O autarca Eduardo Vítor Rodrigues adiantou que o "procedimento foi lançado", admitiu que houve um "deslize de prazos", mas prometeu que, "com a melhoria do tempo, a obra arrancará em fevereiro".
"PARTIDOS TODOS PROMETERAM"
José Martins, residente nos Carvalhos e a trabalhar em Miramar, passa pelo troço gaiense da EN109 várias vezes por dia. Disse que "os problemas já se arrastam há algum tempo" e que o trajeto "entre a Granja e o Hotel Solverde até mete dó".
Falou do que lhe aconteceu para reforçar a urgência de uma intervenção no pavimento: "Num dia de chuva, o carro caiu num buraco, que estava escondido pela água, e rebentou-me um pneu".
O discurso de José Martins é também um alerta e ilustra as dificuldades na condução: "Devido às más condições, temos que estar com atenção, caso contrário os carros vão à vida. Obriga a cuidados redobrados".
Sem contemplações, António Barros, morador em Arcozelo, qualificou como "horrível" o piso.
"A mim, deu-me cabo da suspensão do carro. Entre outras coisas, é grave, porque ninguém se responsabiliza", comentou, indignado, sem saber a quem se dirigir para pedir contas. "Na época das eleições autárquicas, todas as candidaturas por cá passaram e falaram disto. Só promessas. Dizem que dão tudo e afinal não dão nada", comentou, agastado por não ver obra para retificar o que está mal e que está à vista de todos.
"Nem sei como não acontecem mais acidentes", observou, anotando que no município vizinho, "em Espinho, a estrada já foi arranjada".
A juntar à erosão do tempo e às condições atmosféricas, sublinhou tratar-se de uma via com "muito movimento", o que contribui para o atual panorama.
"VEM A CHUVA E VOLTA A ALUIR"
Miguel Santos é, igualmente, de Arcozelo e passa com frequência pela EN109. Concordou tratar-se de um eixo "bastante movimentado", num território com "alta densidade populacional" e que é "muito procurado por quem se desloca a Espinho, por constituir um acesso rápido e direto".
Aludiu ao tráfego de camiões, nomeadamente ao transporte de materiais para a requalificação da Linha do Norte, ainda assim não desculpabilizou ninguém. "Pontualmente remendam os buracos, mas basta vir a água das chuvas para voltar a aluir. Não é solução", criticou.