A candidata do PS à Câmara da Maia, Teresa Almadanim, decidiu retirar a candidatura após ter sido informada de que a estrutura nacional socialista não confirmou o seu nome como cabeça de lista.
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"Como é do conhecimento geral fomos informados de uma decisão central do Partido Socialista que leva a que não seja eu a encabeçar a candidatura do PS à Câmara Municipal da Maia nas próximas eleições autárquicas", lê-se num comunicado de Teresa Almadanim.
Contactada pela Lusa, a professora universitária, cujo nome como cabeça de lista à Câmara da Maia foi anunciado em maio pela estrutura concelhia socialista deste concelho do distrito do Porto, acrescentou que tomou conhecimento desta decisão pelo presidente do PS/Maia, mas "no mínimo e por uma questão de cortesia", aguarda ser contactada pela estrutura nacional.
"Esta é uma tomada de posição pessoal, mas feita de acordo com o que decidiu a nacional do PS. Tive conhecimento pelo presidente da Concelhia da Maia de que o meu nome não foi confirmado. Não tive conhecimento pela estrutura nacional. Sou independente, cheguei a reunir com [o secretário-geral adjunto do PS] José Luís Carneiro pelo que estou a aguardar que, pelo menos por uma questão de cortesia, esta decisão me seja comunicada oficialmente", disse Teresa Almadanim.
A até aqui candidata socialista rejeitou a ideia de que esteja a precipitar-se ao anunciar a retirada de candidatura e frisou que decidiu afastar-se "de imediato" quer "pelo respeito pelas estruturas dirigentes Concelhia e Distrital", quer "pelo respeito que merecem os militantes e simpatizantes" que a apoiaram nos últimos tempos.
"Quer, ainda, pelo dever de respeitar as minhas próprias integridade e moral", acrescentou.
Frisando que "coloca à frente de qualquer polémica os interesses dos maiatos e da Maia", Teresa Almadanim remeteu mais perguntas para as estruturas do PS, apontando apenas que desconhece quem será indicado em sua substituição.
"Remeto essas questões, que compreendo, para quem de direito", concluiu.
A candidatura de Teresa Almadanim, de 50 anos, que é, atualmente, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Paraguai-Portugal, cargo que acumula com a docência universitária, foi anunciada a 10 de maio.
Em comunicado, a concelhia PS da Maia referia que com esta candidatura pretendia apresentar "um projeto diferenciador e inovador, alicerçado numa candidatura de valores, íntegra e com uma candidata séria, reconhecida na Maia, com um perfil de autarca moderno, que assegurará o objetivo de ganhar a Câmara".
No texto, assinado pelo líder do PS/Maia, Paulo Rocha, lia-se que o objetivo era "abrir um novo horizonte para o desenvolvimento do concelho, focado nas potencialidades da Maia e na capacidade de se gerar um território inteligente, de referência nacional e europeu, e com projetos focados numa visão humana forte e centrado nas pessoas".
"A transparência da ação política e o combate às desigualdades estarão na agenda desta candidatura, pela defesa de um concelho mais equilibrado e harmonioso, sendo ainda de destacar a requalificação e a formação das respostas locais, apostando numa rede articulada e estruturada pela autarquia com o envolvimento de todo o setor social, cultural e desportivo que, na Maia, desempenha um papel fundamental no quotidiano do concelho", acrescentava a estrutura socialista.
A Câmara da Maia é atualmente liderada pela coligação PSD/CDS-PP que conquistou, nas autárquicas de 2017, seis mandatos, sendo oposição no executivo a coligação PS/JPP com cinco eleitos.
Até ao momento, são conhecidas as candidaturas do atual presidente, António Silva Tiago (PSD/CDS-PP), a do jornalista Alfredo Maia (CDU), a do mediador de seguros Silvestre Pereira (Bloco de Esquerda) e a do empresário André Pedro Almeida (Chega).