Foi concluído com sucesso a projeto que pós à prova 30 cabras anãs nas suas capacidades de contribuir para uma limpeza eficaz das matas. Os animais limparam, em três meses, cerca de quatro mil metros quadrados de um terreno em Fiães, Santa Maria da Feira.
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O projeto-piloto designado de "gestão de combustíveis florestais com recurso a cabras sapadoras" iniciou-se em março e foi proposto à Câmara Municipal por uma engenheira zootécnica.
Contou com a parceria da autarquia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM).
Hoje, nas conclusões do projeto, foi anunciado que durante os três meses as cabras consumiram mais de onze mil quilos de matéria verde.
Numa das parcelas, que serviu de referência para o estudo, silvas e tojo foram consumidos em cerca de cinco semanas, tendo depois as cabras procedido à ingestão desta matéria verde em regime de manutenção.
Ou seja, depois de consumido o grosso do silvado, as cabras mantiveram o espaço limpo de vegetação durante o resto do tempo.
"Achamos que a utilização de rabinhos para manutenção de terrenos é completamente viável". "Reduz substancialmente os custos com a limpeza", disse, em jeito de conclusão, a engenheira zootécnica responsável, Ana Catarina Fontes.
Considerou, ainda, que é aconselhável uma primeira limpeza com recurso a máquinas e depois o uso dos animais para fazerem a manutenção dos espaços.
Ana Catarina Fontes diz que os resultados eram, "aquilo que esperava" e, "sabia que iam limpar o espaço". "Mas não tinha a ideia da quantidade que eram capazes de ingerir".
Lembrou que o recurso às cabras, "fica mais económico do que uso regular de máquinas", sendo que, "fertilizam os terrenos e ainda dão cabritos".
"Em termos sociais é também mais vantajoso", "as pessoas acham mais agradável o uso de cabras do que máquinas", disse.
Destacou igualmente que os animais conseguem aceder facilmente a locais que são de difícil acesso para máquinas ou homens.
Já o presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, considerou que este projeto se revelou uma "interessante oportunidade de negócio". "Este processo vai ser muito útil para a manutenção dos terrenos que já foram limpos", disse.