O empreiteiro Agostinho Joaquim Ribeiro, 62 anos, de Penajóia, Lamego, morreu ontem, terça-feira, de manhã, numa obra em Samodães, no mesmo concelho. Um desequilíbrio no limite de uma escarpa fê-lo precipitar-se para a estrada de uma altura de cerca de seis metros.
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Agostinho e os dois filhos com quem trabalhava chegaram cerca das oito horas a casa de Artur Santos, um emigrante na Suíça que acabou de construir casa em Samodães. Desde a semana passada que andavam envolvidos na construção de um muro de suporte de terras, à frente da residência.
Artur Santos adiantou, ao JN, que o acidente deu-se por volta das 8.20 horas: "O filho estava a manobrar uma máquina giratória e a colocar pedras numa carrinha de caixa aberta. O pai foi-se colocar entre a carrinha e o talude. Entretanto, com a trepidação causada pela pedra a pousar na carrinha, o taipal esquerdo abriu-se e fez desequilibrar o pai e cair".
A queda desamparada na valeta da EN 226, que liga Lamego à Resende pela serra das Meadas, provocou em Agostinho Ribeiro ferimentos a que não resistiu, tendo morrido pouco depois. "Estive para ir lá falar com ele naquela altura. Se tivesse ido se calhar tínhamos ido os dois parar lá em baixo", acrescentou Artur Santos, lamentando a perda de uma pessoa "impecável", que também já tinha sido responsável pelo desaterro no local ondem erigiu a casa.
Ontem à tarde, um dos filhos acompanhou uma equipa da Autoridade das Condições de Trabalho ao local onde ocorreu o acidente. A autópsia vai ser feita hoje de manhã no gabinete do Instituto de Medicina Legal de Vila Real, para onde foi transportado ontem para ser autopsiado. O funeral vai realizar-se hoje à tarde.
Refira-se que Agostinho Joaquim Ribeiro era irmão Luís Ribeiro, morador na zona de Penafiel, que é ex-campeão europeu de Autocross.
Ainda ontem, cerca das 9,30 horas, um outro acidente de trabalho, em Nelas, feriu gravemente numa perna o operário de uma serração.
Pedro Filipe Ferreira Penetra, de 32 anos, casado, residente na vila, procedia a "ligeiros" trabalhos de manutenção numa máquina da fábrica, na zona industrial, quando terá escorregado e ficado com a perna presa na zona das lâminas. O JN apurou que o acidente terá passado despercebido a outros colegas de trabalho, situação que poderá explicar o facto de a máquina ter sido alegadamente accionada, com o homem ainda preso nas lâminas, o que lhe provocou ferimentos "muito graves" na perna esquerda.