<p>A Comunidade Intermunicipal do Oeste está a negociar com a Águas de Portugal uma tarifa de água e saneamento única para a região, mas o município de Torres Vedras admite não aderir ao sistema se os preços não foram reduzidos. </p>
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"É injusto que a EPAL tenha a água muito mais barata do que a Águas do Oeste a compra, sendo o vendedor o mesmo, a Águas do Portugal", disse à Lusa o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel, único dos 12 municípios do Oeste que manifestou a intenção de não aceitar a tarifa única que está a ser negociada entre a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) e a Águas do Oeste. No dia 29, a empresa deverá apresentar uma proposta já com hipóteses de tarifários.
"O objectivo é encontrarmos uma solução para que o preço da água em alta (fornecida aos municípios), seja mais baixo, porque são incomportáveis os preços que estamos a praticar", disse à Lusa o presidente da OesteCim, Carlos Lourenço. A proposta assenta no pressuposto de que, com a adesão de vários municípios, seja conseguido um "efeito de escala" que lhe permita adquirir a água mais barata e, consequentemente, reflectir essa baixa no preço ao consumidor, explica Lourenço.
A adesão dos 12 municípios poderá, contudo, não ser pacífica, face à discordância do autarca de Torres Vedras. Carlos Miguel contesta também a solução proposta para o saneamento, que considera "uma chantagem camuflada" para "forçar os municípios a entregar os serviços municipalizados ao Estado".
"Foi criado um mecanismo em que o grande bolo para obras de saneamento do Quadro de Referência Estratégica Nacional é todo afecto à Águas de Portugal", diz o autarca, criticando legislação que impede os municípios de se candidatarem a fundos se não aderirem a "uma estrutura vertical que faça a gestão do saneamento em alta e em baixa".