Ex-autarca de Leiria esclarece que foram queixas de proprietários vizinhos que o levaram a erguer a parede.
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A Câmara Municipal de Leiria (CML) justifica a construção de um muro no Bairro Social da Integração com "questões de acessibilidade e de segurança" e alega que a alteração da altura, de meio metro, previsto no projeto inicial, para perto de dois metros, se deveu a "questões técnicas". Esta é a terceira explicação avançada pela Autarquia, desde que o JN divulgou a notícia. A hipótese de demolição da estrutura, apelidada de "muro da vergonha" pelos moradores ciganos do bairro está afastada.
"A obrigatoriedade da candidatura em responder às questões de acessibilidade e de segurança traduziu-se na execução de uma via para garantir estas questões, que não existia no antigo bairro", refere a CML. "O muro foi executado apenas na zona onde estas questões de segurança estavam em causa", acrescenta.
No primeiro contacto estabelecido pelo JN, o muro foi justificado pela CML com a "necessidade de definir os limites do terreno com os adjacentes". No dia seguinte, assegurou que "o muro estabelece proteção em relação ao terreno florestal, nomeadamente face ao risco e histórico de incêndios florestais naquela zona". E ontem com "questões de acessibilidade e de segurança".
Queixas de vizinhos
O presidente da CML à data da construção do muro, agora deputado do PS, Raul Castro, disse ao JN que "as queixas dos proprietários vizinhos de que havia ocupações abusivas dos seus terrenos levaram a essa solução". Para tal, abriu concurso para executar o "muro de suporte de terras", assim como outras intervenções, em janeiro.
O muro de betão custou cerca de 30 mil euros e não obteve financiamento comunitário. A CCDR do Centro confirma a aprovação da candidatura, em março de 2017, onde constam apenas intervenções no estacionamento, passeios e pavimentos, sinalização, rede de drenagem pluvial, rampas de acesso, iluminação e estabilização dos solos. "O muro em causa não foi apoiado".
Face à polémica suscitada pela edificação do muro, encarado como uma forma de segregação, os deputados do BE Ricardo Vicente e Beatriz Dias vão visitar o Bairro da Integração no dia 25. As deputadas do PS Elza Pais e Catarina Marcelino manifestaram a mesma intenção. Já os deputados do PSD enviaram um pedido de explicações à CML