O presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, um dos concelhos mais afetados pelos fogos de setembro passado, defendeu, esta quinta-feira, a penalização do abandono dos terrenos florestais. Quer também, apoios do Estado para a manutenção dos perímetros de segurança junto das casas e medidas para acelerar o cadastro.
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António Loureiro, que falava durante o debate “Incêndios florestais - Análise e visão técnica”, um dos momentos promovidos pela The Navigator Company, no Parque de Feiras de Aveiro, para assinalar o primeiro aniversário do Clube Produtores Florestais, considerou que “não podemos de forma alguma continuar a aumentar o espaço florestal abandonado”. Nas cidades, para dissuadir a existência de prédios devolutos, “as autarquias agravam o IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis” e, nas florestas, “também tem de haver alguma penalização para os terrenos abandonados”. “Ou as pessoas tratam ou entregam a quem sabe gerir, a associações, a indústria, vendam aos vizinhos. Se não, será difícil fazer um ordenamento e minimizar o risco de incêndio”, disse.
Em Albergaria-a-Velha, os incêndios de setembro provocaram prejuízos no valor de 40 milhões de euros, com 18 casas destruídas na totalidade e 46 parcialmente, sublinhou o autarca, para defender a importância de se “resolver o interface entre a floresta, zonas industriais e habitações”. Para António Loureiro, têm de ser criados “mecanismos administrativos mais céleres para gerir as faixas de gestão de combustível” e “o Estado tem de ressarcir as autarquias” pelo trabalho.